André Mendonça tem experiência na advocacia pública e produção acadêmica focada no combate à corrupção. A opção de Bolsonaro pelo AGU conta com o apoio do Senado, dos partidos, não encontra objeção no Supremo, agrada os evangélicos e poderá marcar o início de uma "guinada conservadora" no STF.

André Luiz de Almeida Mendonça é pastor presbiteriano, doutor em Direito pela Universidade de Salamanca-ESP, mantém vínculo com 3 universidades, conta com larga experiência na advocacia pública (mais de 20 anos) e apresenta relevante produção acadêmica.

A atuação profissional de Mendonça é marcada pela observância aos princípios conservadores, especialmente no que atine à defesa da vida, das liberdades individuais, da redução do Estado, do aprimoramento da "governança estatal" e do "combate à corrupção" (pauta responsável por notabilizar o seu trabalho, ante a sua indicação para a liderança dos grupos de negociação de acordos de leniência).

Além de atender aos anseios do eleitorado (majoritariamente conservador / evangélico), a nomeação do presidente também cumpre todos os requisitos do art. 101 da Carta Magna, visto que o jurista conta com 48 anos ("mais de 35 e menos de 65 anos"), carreira profissional consolidada ("notável saber jurídico") e sem máculas judiciais ("reputação ilibada").

Com a escolha, Bolsonaro cumpre sua promessa de indicação de um evangélico e conservador para o Supremo. Segundo o presidente, Mendonça "é um homem equilibrado, religioso, respeitador, que tem os seus princípios, e é uma pessoa que vai contribuir em muito com o STF". Agora caberá ao Senado a confirmação do nome, após a sabatina.

Sobre a "articulação", ressalte-se que a superação do corporativismo da Corte só fora possível após a construção de um relacionamento capaz de "desfazer objeções" entre os ministros. Gilmar Mendes já indicou que Mendonça é um símbolo da excelência da advocacia federal brasileira. Religioso e de perfil conservador, é conhecido por nortear sua atuação acadêmica e profissional pela "letra fria da lei". n