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Não basta ser amiga, tem que ser inclusiva
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Carlos Viana é jornalista da área de Opinião do O POVO. Atua também na rádio O POVO/CBN com uma coluna semanal na área de inclusão

Não basta ser amiga, tem que ser inclusiva

FORTALEZA, CE, BRASIL, 12-06-2015: Carlos Viana, repórter do Núcleo de Opinião do jornal O POVO, deficiente visual. Fotos para arquivo. (Foto: Diego Camelo/O POVO) (Foto: O POVO)
Foto: O POVO FORTALEZA, CE, BRASIL, 12-06-2015: Carlos Viana, repórter do Núcleo de Opinião do jornal O POVO, deficiente visual. Fotos para arquivo. (Foto: Diego Camelo/O POVO)

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), sancionou projeto de lei de autoria do deputado estadual Agenor Neto que institui o selo "Empresa Amiga da Pessoa com Deficiência Visual." A marca, que poderá ser usada por até dois anos, é destinada às empresas que cumprirem legislação que obriga bares, hotéis, restaurantes e similares a disponibilizarem cardápios em Braille para os clientes cegos.

No entanto, é possível contar nos dedos o número de estabelecimentos que adotaram a medida. Essa conta fica ainda menor quando vamos verificar quem atualizou a versão acessível do cardápio em Braille. É preciso que as autoridades competentes, como Ministério Público e OAB, por exemplo, além de entidades representativas dos setores de bares, hotéis e restaurantes se movimentem para garantir acessibilidade, uma vez que isso é uma garantia legal, não um favor.

Além de cardápios em Braille, as empresas precisam mudar sua filosofia de trabalho quando se trata de pessoas com alguma deficiência.

Piso tátil, funcionários preparados para receber esse público, além de sinalizações na Língua Brasileira de Sinais (Libras), são alguns dos exemplos que devem ser implementados. Campanhas que incentivem outros clientes a respeitarem as vagas exclusivas nos estacionamentos também são bem vindas.

Como todo mundo nós, pessoas com deficiência, também temos o direito de, numa sexta-feira após uma semana cansativa de trabalho, encontrar nossos amigos para uma confraternização, e isso fica bem melhor quando o local oferece acessibilidade.

Uma empresa tem, sim, que ser amiga do cliente. Mas, para a pessoa com deficiência ela precisa, também, ser inclusiva. Lembrando que acessibilidade não é feita unicamente para quem tem algum tipo de deficiência. Outros públicos como grávidas e idosos também são beneficiados com esses recursos.

Enquanto isso não acontece, nos perguntamos até quando mendigaremos por um direito que nos assiste e também até quando nossas autoridades responsáveis vão fechar os olhos para esse público que representa mais

de 24% da população brasileira.

Ou será que nosso dinheiro tem menos valor que o de uma pessoa dita "normal?" n

 

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