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Emprego e salário, quando recuperar?
Opinião

Emprego e salário, quando recuperar?

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O processo de retomada da economia brasileira que se iniciava, mesmo de forma tímida, fora interrompido em face da pandemia da Covid-19. Deteriorando ainda mais a possibilidade de retorno ao mercado de trabalho, onde a taxa de desemprego que já esteve em patamar abaixo de 5% há uma década, vem permanecendo acima de 14%. Destacando, também, o crescimento de desalentados e da informalidade.

Segundo o estudo realizado pelo Banco Mundial sobre os impactos da pandemia sobre o emprego e o salário, apresenta uma situação crítica de baixa qualificação da força de trabalho brasileira e que em função dessa realidade a recuperação será lenta, podendo ainda gerar novos aumentos do desemprego; da informalidade e redução dos salários, que podem perdurar até nove anos.

Os impactos deverão ser ainda mais intensos e duradouros nos trabalhadores menos qualificados, sem ensino superior, e que atuam, principalmente, na informalidade. Visto que, pelo fato de terem menos proteção contra efeitos de crises econômicas e, assim, a probabilidade de perderem o emprego é maior.

Existe, ainda, a percepção pelo Banco Mundial de que as perdas de emprego tendem a ser mais prolongadas para trabalhadores com carteira assinada de locais com setores de serviço menores; menor número de empresas de grande porte; e setores primários maiores -- como agricultura, pecuária, pesca e extrativismo mineral. Se destacando os extremos etários, onde os mais jovens e os com idade mais elevada tem dificuldade, seja na inserção ou reinserção.

Diante desse cenário, com grande número de trabalhadores na informalidade e com baixa qualidade, o que se espera são ações dos entes públicos para ajudar a minimizar esses impactos com medidas mais efetivas em relação a programas de capacitação e qualificação, além da garantia de subsistência.

Onde, a criação e o fortalecimento de programas de acesso à qualificação ao ensino técnico e superior são extremamente importantes para a reversão efetiva ao longo do tempo. E em paralelo sendo necessário o desenvolvimento de instrumentos de proteção social que atuem em conjunto com os programas de capacitação e inserção ao mercado de trabalho e ou a geração de renda. n

 

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Ricardo Coimbra

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