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Paulo César Gurgel: Crescimento e desafios no setor químico
Opinião

Paulo César Gurgel: Crescimento e desafios no setor químico

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Tipo Notícia Por
Paulo César Gurgel
Presidente do Sindquímica-CE e diretor-fundador do Grupo Alyne Cosméticos
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Paulo César Gurgel Presidente do Sindquímica-CE e diretor-fundador do Grupo Alyne Cosméticos

Pela sua abrangência e diversidade, o setor químico tem sido cada vez mais um dos grandes impulsionadores da economia, sendo responsável por uma parcela considerável no desenvolvimento local e nacional.

Atualmente, é o 6° no ranking da economia cearense, com um PIB de R$ 1,55 bilhões, participando com 6,3% na indústria cearense e empregando, formalmente, cerca de 13.113 pessoas. Somente de janeiro a julho desse ano, o crescimento na fabricação de produtos químicos no Ceará foi superior a 30%, bem acima do percentual nacional, de 10%.

Tais indicadores foram puxados, em grande parte, por uma mudança no comportamento dos consumidores no Ceará e no Brasil. Mais preocupados com a limpeza de produtos e com a higiene das mãos com álcool em gel e sabonetes, por conta do perigo de contaminação pelo coronavírus, as pessoas passaram a comprar mais. Outro fator que contribuiu com os resultados do setor foi o isolamento social. Como as pessoas ficaram mais tempo em casa, passaram a comprar mais produtos de limpeza.

Esses números, no entanto, não representam a ausência de dificuldades. Elas são muitas e têm nos acompanhando há algum tempo: as pressões inflacionárias registradas nos mercados nacional e internacional; a crise energética que vem gerando aumento do preço do petróleo; e a redução do poder de compra da população cearense durante os últimos meses.

Entre os fatores que vêm pressionando a indústria química cearense está ainda a alta de preços dos insumos importados para a produção local. O polietileno (polímero plástico usado em embalagens) dobrou de preço, por exemplo.

Apesar de tudo isso, acredito bastante na continuidade do crescimento do setor, se não nos mesmos índices, mas ainda com dados positivos.

Enquanto empresário do setor, vivencio na pele essas oscilações com o Grupo Alyne Cosméticos há 35 anos e sei que o desafio está em não baixar a guarda e investir continuamente no negócio. Recentemente, por exemplo, adquirimos no Grupo Alyne uma unidade produtora própria de pó descolorante, um investimento que proporcionará um aumento de até dez vezes na produção desse item e maior participação da nossa marca no mercado com esse produto. O importante é seguirmos assim: encarando desafios, investindo no negócio e almejando sempre a competitividade e a solidez. 

 

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