Logo O POVO+
Obras inacabadas e um Ceará abandonado
Opinião

Obras inacabadas e um Ceará abandonado

Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Capitão Wagner
Deputado federal (Pros)
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Capitão Wagner Deputado federal (Pros)

O que leva uma gestão a lançar a pedra fundamental de uma grande obra, investir milhões e abandoná-la? O que leva um gestor público a arrastar por anos a entrega de um equipamento que vai salvar vidas, gerar empregos e elevar o desenvolvimento de uma região? Orçamento, custo, prazo de conclusão. Essas são informações que nós vemos nas placas de todas as obras públicas. O resultado, porém, não se encontra. O impacto de obras inacabadas se estende, além do gasto realizado, a uma verdadeira privação de usufruto de direitos e benefícios. No Ceará, o volume de recursos públicos desperdiçados motivados por atrasos, corrupção ou não conclusão é astronômico. O modus operandi da gestão dos Ferreira Gomes frente ao Governo do Estado nos faz colecionar prejuízos incalculáveis.

Dentre a mais polêmica, está o esqueleto de concreto do Aquário, obra inacabada que enterra R$ 257 milhões, valor corrigido pela inflação. O Aquário, obra idealizada em 2008 pelo então governador Cid Gomes (PDT) com a finalidade para incrementar o turismo e atrair 1 milhão de visitantes por ano, segue há uma década abandonada.

Também não é nada compreensível que, no Ceará, quatro grandes hospitais construídos em regiões importantes pelo Governo do Ceará sigam com as portas fechadas: Hospital Regional de Itapipoca (R$ 20 milhões), Hospital Vale do Jaguaribe (R$ 122 milhões), Policlínica de Canindé (R$ 8 milhões) e Policlínica de Maracanaú (R$ 20 milhões).

Em Sobral, a Indústria de Beneficiamento de Pescado, que impactaria na geração de emprego e renda, foi construída, mas não foi entregue e segue deteriorada. In loco, comprovei que até os pisos, janelas e portas foram roubadas. R$ 10 milhões jogados no ralo.

São centenas de obras e projetos deixados para trás. Sete anos desde a sua aquisição pelo Estado do Ceará, por meio da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), até agora não ficou definido o que será feito com a Usina de Barbalha, comprada por R$ 15,4 milhões. Quanta irresponsabilidade com os recursos públicos.

A boa aplicação deles é fundamental para o desenvolvimento da cidadania e pela busca permanente da igualdade social. Mas essa realidade é discrepante em nosso Estado, fato que torna campeões dos piores indicadores sociais do Brasil. n

O que você achou desse conteúdo?