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João Mário de França: Perspectivas para a economia cearense em 2022
Opinião

João Mário de França: Perspectivas para a economia cearense em 2022

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Para 2022, o FMI prevê um crescimento da economia global de 4,9%, valor abaixo do projetado para 2021, de 5,9%. Se o crescimento neste ano foi impulsionado pela reabertura das atividades econômicas do setor de serviços, a partir do avanço da vacinação e da manutenção em parte dos estímulos via transferência de renda dos governos, no próximo ano esses fatores não serão mais os determinantes do crescimento.

No contexto nacional, segundo o último relatório Focus, do Banco Central, a projeção de crescimento do PIB nacional é de 4,78% para 2021 e 0,58% para o ano de 2022. Este desempenho é explicado em grande parte pelo aumento da inflação, com a projeção de um IPCA de 10,25% para 2021, resultando num aumento da taxa de juros Selic, com previsão de 11,25% a.a. ao final de 2022. Tal cenário afetará negativamente os investimentos das empresas e o consumo das famílias.

O Ipece prevê o crescimento do PIB da economia cearense, para 2021, em 6,24%, enquanto a previsão para o ano de 2022 que consta no Projeto de Lei Orçamentária Anual, aprovado pela Assembleia Legislativa, está em 2,73%. Ambas as taxas são superiores ao projetado para o Brasil e ainda passíveis de atualização em dezembro pelo Ipece.

Ainda que a economia cearense sofra os impactos negativos do contexto macroeconômico de uma política monetária restritiva, a solidez fiscal do governo estadual permitirá manter o avanço dos investimentos públicos estruturantes nas redes de saúde e educação, infraestrutura hídrica, malha rodoviária e Cinturão Digital.

Em 2020 o Governo do Ceará investiu um montante na ordem de R$ 2,48 bilhões, o que corresponde a 11,27% da Receita Corrente Líquida, sendo o maior percentual entre os estados brasileiros pelo sétimo ano seguido, comportamento este que deve ser mantido para 2021 e 2022. Além disso, as características específicas da nossa economia continuarão contribuindo para o crescimento econômico estadual, como o hub digital atraindo empresas de datacenters; o hub aéreo atraindo mais turistas nacionais e internacionais; e o hub portuário melhorando a logística e diminuindo os custos de exportação, principalmente das placas metálicas produzidas pela CSP, assim como a ampliação do setor de energias renováveis atraindo mais empresas produtoras de energia eólica e solar. n

 

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João Mário De França

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