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Rômulo Alexandre Soares: O Ceará sem fronteiras
Opinião

Rômulo Alexandre Soares: O Ceará sem fronteiras

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Já se passaram quase 30 anos desde que a criação da Organização Mundial do Comércio e do Mercosul soprou novos ventos na economia do Ceará. Nesse período, as trocas comerciais do Estado saltaram de pouco mais de US$ 900 milhões para US$ 6.5 bilhões.

Mas a globalização não impactou apenas o comércio externo cearense. Também trouxe uma onda de investimentos estrangeiros que permitiram florescer novas indústrias, como as da energia e do turismo, duas atividades em que a presença de investidores estrangeiros não passa desapercebida.

Neste contexto, a implantação de um hub aéreo foi decisiva, facilitando o acesso de empreendedores estrangeiros ao Ceará. Por isso, a importância de se retomar em 2022 as quase 50 frequências semanais ligando Fortaleza a outras metrópoles na Europa, África e Américas do Sul e do Norte.

Apesar da pandemia ter resistido em 2021, podemos celebrar alguns números do comércio exterior. Encerrado o ano, o Ceará despontou com o 1º lugar nacional na exportação de pescados, 2º em calçados, 3º em semiacabados de aço e em frutas e 4º em máquinas e aparelhos elétricos.

Nesse contexto, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém se destaca por representar uma fatia expressiva das trocas comerciais do Estado com o mundo e ter elevado o Ceará à condição de terceiro mais importante exportador da região Nordeste, superando Pernambuco.

Apesar da concentração de transações associadas unicamente à CSP, chamo a atenção para o fato de que pela primeira vez na história mais de 400 empresas cearenses exportaram em 2021, quase 100 a mais do que em 2020.

A expectativa é que o Peiex e o Nupex, exitosos programas de promoção da cultura exportadora conduzidos, respectivamente, pela Fiec e Unifor, façam crescer esse número e se chegue a mais de 500 empresas exportadoras cearenses em 2022.

Por sua vez, o estoque de investimentos estrangeiros no Estado também é promissor. Conforme dados divulgados pela Câmara Brasil Portugal, não são só coreanos produzindo placas de aço no Ceará.

Há franceses, ingleses, espanhóis e holandeses plantando e exportando produtos agrícolas; ingleses destilando cachaça, americanos produzindo embalagens e ceras, gregos na indústria de cimento, espanhóis turbinando o setor da pesca e portugueses liderando projetos turísticos e de energia.

Em síntese, são mais de 8 mil empresários de 104 nacionalidades que abriram mais de 5.822 empresas no Ceará nas duas últimas décadas.

Há empresas com capitais estrangeiros em Fortaleza, mas também em Caucaia, Aquiraz, Juazeiro do Norte e em outros 135 municípios. A expectativa é que em 2022 o mercado de hidrogênio verde e produção de energia off-shore possam expandir consideravelmente a atração de poupança externa para o Ceará.

Além disso, espera-se que a poupança de pequenos investidores estrangeiros permaneça relevante, superando os quase R$ 58,4 milhões que o Ceará recebeu apenas no primeiro semestre de 2021. O Ceará é hoje o principal destino nacional de investimentos de pessoas físicas não residentes e o Câmbio deve se manter em 2022 como uma importante vantagem para estrangeiros investirem no Ceará.

 

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Rômulo Alexandre Soares

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