O Brasil tem grande potencial turístico, em especial, para os turismos ecológico e de aventura, devido à sua imensa diversidade de rochas e de cenários geológicos que geram belíssimas paisagens que são contempladas por turistas do mundo inteiro.
A evolução do relevo da Terra é moldada principalmente por água (chuva, rio, mar, gelo), vento, bem como pela gravidade e clima. Esses agentes naturais são responsáveis pelas transformações da paisagem e a sua atuação ocorrem desde muito antes da presença humana na Terra.
Os fluxos de materiais rochosos, ou fluxo de massa, são processos naturais frequentes na evolução da paisagem terrestre, em especial, dos vales dos rios e encostas.
Um tipo importante de fluxo de massa é a queda de blocos. As rochas da superfície da Terra possuem diversas composições, mas algumas são mais propícias ao desenvolvimento de fraturas.
Fraturas são planos por onde a água pode penetrar e gerar reações químicas que irão deixar as rochas mais propicias a movimentos de blocos. A natureza dá sinais que ocorrerá movimentos de massa e as áreas com maior probabilidade para esses movimentos devem ser mapeadas e monitoradas por profissionais da área de geologia/geotecnia.
A lei Nº 12.608/2012 instituiu a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil e logo em seu artigo 2º prevê que é dever da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios adotar as medidas necessárias à redução dos riscos de desastre.
De acordo com essa lei, cabe aos municípios, dentre outras coisas, identificar e mapear as áreas de risco de desastres e manter a população informada sobre áreas de risco e ocorrência de eventos extremos, bem como sobre protocolos de prevenção e alerta e sobre as ações emergenciais em circunstâncias de desastre.
Além do monitoramento constante das áreas de risco, os estudos vão determinar quais serão as principais intervenções que devem ser realizadas para ter-se a segurança no uso do atrativo turístico.
O desastre de Capitólio, ocorrido em 08/01/2022, é mais um capítulo de uma tragédia que poderia ter sido evitada. Lá em Capitólio, assim como no Brasil a fora, não se trata de proibir a atividade turística, mas de realizar a atividade segura, com limites e constantes avaliações, balizada por estudos e profissionais adequados. n