22 de janeiro de 2022. Há cem anos nascia o gaúcho Leonel Brizola. Uma das lideranças políticas mais marcantes da história brasileira. Político coerente, orador admirável, homem combativo e líder carismático. Nunca se curvou diante dos poderosos, nem abriu mão dos seus princípios mais essenciais. Brizola, desconhecido por parte da nossa juventude, segue sendo um farol de ousadia para as novas gerações, que ingressam na política para combater as injustiças sociais. Vale a pena conhecer um pouco da trajetória desse gigante da democracia brasileira.

Nasceu em 22 de janeiro de 1922 na pequena Cruzinha, localidade à época parte de Passo Fundo (RS) e atualmente integrada ao município de Carazinho (RS). A família de pequenos agricultores perdeu as terras em litígio judicial e se mudou para São Bento. Brizola foi alfabetizado pela mãe nos primeiros anos. Estudou com bolsa de estudos e trabalhou em hotel para o sustento. Ainda na faculdade de Engenharia Civil, a paixão política já tinha tomado conta de sua vida. Ocupou vários cargos. Deputado (estadual e federal), prefeito de Porto Alegre, governador (Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro), além de Senador. Defensor do nacionalismo e do trabalhismo como motores do desenvolvimento. Era herdeiro da tradição de Getúlio Vargas. A participação mais emblemática foi a organização da Cadeia da Legalidade, em 1961, quando enfrentou as Forças Armadas - movimento decisivo para garantir a posse do vice-presidente João Goulart, de quem era cunhado. Com o golpe de 1964, teve que se exilar, voltando ao Brasil para lutar pela redemocratização e fundar o PDT (Partido Democrático Trabalhista). Disputou duas vezes à Presidência da República. Era respeitado por políticos dos mais diferentes partidos. Faleceu em 2004, vítima de infarto.

Destacou-se por abraçar a bandeira da educação, trabalhando com expoentes como Darcy Ribeiro, garantindo a construção dos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps) - referência em educação de qualidade. Estadista - acreditava que o investimento permanente na escola pública era o caminho reduzir as desigualdades sociais. Crítico ferrenho do neoliberalismo, Brizola dizia que o nosso país foi fundado para beneficiar os privilegiados. Os ideais de Brizola são ainda mais necessários no Brasil atual! n