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Daciane Barreto: Casa da Mulher Brasileira, enfrentando duas pandemias
Opinião

Daciane Barreto: Casa da Mulher Brasileira, enfrentando duas pandemias

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Há séculos a sociedade brasileira convive com elevadas taxas de violência contra as mulheres, indicando que as causas são frutos de uma sociedade estruturada sob a égide das desigualdades socieconômicas e de poder, baseadas em gênero, classe e raça.

Mesmo antes da pandemia, a violência doméstica, intrafamiliar e sexual, já era uma das maiores violações dos direitos humanos.

Assegurar o direito à vida das mulheres é um desafio para todes em tempos de crise mundial, agravada sobremaneira pelo coronavírus. As respostas ao flagelo têm impactos diferenciados para mulheres e homens, pois afetam desproporcionalmente as mulheres, em particular as negras e pobres.

Ao longo desses quase dois anos, a equipe da Casa da Mulher Brasileira do Ceará, equipamento ligado à Secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), vem desenvolvendo estratégias para enfrentar a violência de gênero e a pandemia.

Com funcionamento presencial 24 horas, por meio da Delegacia de Defesa da Mulher, a Casa da Mulher Brasileira deu suporte a todos os demais órgãos, divulgando contatos e formas de atendimento às mulheres em situação de violência, ainda que remotamente. Com ferramentas tecnológicas, possibilitou que as mulheres contassem com atendimento permanente, durante todo o período de distanciamento social.

Também foi uma ação da CMB fortalecer os diversos canais de denúncia, como o Disque 100 e 180, além de realizar campanhas de sensibilização a familiares e vizinhança, incentivando a denunciar a violência sofrida pelas mulheres. Foi nessa perspectiva que nosso equipamento firmou parceria com os Institutos Avon e Maria da Penha, executando o projeto "Distantes Sim, Sozinhas Nunca".

O equipamento também deu suporte aos abrigos para mulheres em risco iminente de morte, de todo o Estado, realizando o traslado das abrigadas e da equipe de atendimento psicossocial. Profissionais que integram a rede de atendimento a mulheres em situação de violência, receberam capacitação on-line, com vistas a atualizar a forma de lidar com a realidade de dupla pandemia, atentas ao acolhimento humanizado e de excelência.

Atualmente, dentro dos critérios definidos pelo governador Camilo Santana, a Casa da Mulher Brasileira atende presencialmente através da maioria dos seus órgãos. Os que permanecem em atendimento remoto, disponibilizam equipe presencial, em casos de urgência. n

 

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Daciane Barreto

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