A exclusão da participação das mulheres na ciência é histórica e somente nos últimos anos o protagonismo social e científico feminino tem sido debatido, fazendo avançar as conquistas das mulheres no mundo.

O Brasil tem-se destacado como um dos países que apresenta a maior paridade de gênero na ciência. Apesar de sermos a maioria das pessoas com doutorado em diversas áreas, as mulheres brasileiras não estão tão bem representadas nos níveis mais elevados de carreira.

Um dos motivos para essa sub-representação está no fato do feminino ter sido colocado em oposição à função de cientista e da maternidade ser considerada como um empecilho para a produção científica. A maternidade surge como um ponto crucial para a implantação de políticas de apoio, pois existe concomitância entre os períodos fértil e de início de carreira feminino, provocando desvantagens para as mulheres que optam pela maternidade e decidem conciliar família e profissão.

As mulheres trazem perspectivas únicas para as discussões científicas, garantindo novas dimensões e ideias, catalisadoras de equipes e processos, multiplicando as possibilidades de resultados. Um maior protagonismo das mulheres na ciência, mais do que uma questão de necessidade humana ou justiça, representaria a potencialização de um mundo, certamente melhor.

No entanto, não se trata simplesmente de recrutar mais mulheres, é preciso criar condições para que as organizações científicas aproveitem o poder da diversidade de gênero para inovações e descobertas coletivas. A futura geração de mulheres deve ser ensinada sobre a amplitude das carreiras científicas desde crianças.

Não se sabe ainda se essa disparidade de gênero contínua reflete o ritmo lento da mudança social, as expectativas de criação do(a)s filho(a)s ou algo mais profundo e arraigado, como a maneira como pensamos sobre as mentes das meninas. Mas gestos simples, como quais brinquedos comprar para as meninas em seus aniversários e divulgar exemplos de mulheres cientistas que se divertem utilizando a ciência para mudar o mundo, podem enviar às meninas uma mensagem diferente sobre a carreira científica.

Estudos já demonstraram que as mulheres são percebidas como carentes das qualidades necessárias para serem cientistas de sucesso, o que contribui para a discriminação, preconceito contra mulheres cientistas e para o baixo interesse de meninas pela ciência. Prevenir é a maneira mais eficaz de diminuir a diferença de gênero na ciência. n