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Estevão Rocha: Mais um ano flanando?
Opinião

Estevão Rocha: Mais um ano flanando?

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Escolher a profissão e iniciar os estudos em uma Instituição de Ensino Superior (IES) é o caminho da maioria dos estudantes que concluem o ensino médio. Ofuscados, talvez por causa da ansiedade de visar ao curso e não à instituição, muitos iniciam seus estudos, acreditando estarem sendo preparados para, futuramente, exercerem a profissão com competência e segurança.

Contudo, por falta de experiência, devido à pouca idade e à baixa compreensão das exigências profissionais da carreira pretendida, vários estudantes pautam a decisão pela conveniência financeira ou por acreditar que, ao ser autorizada pelo MEC, qualquer IES assumirá o papel de bem formar o estudante para uma carreira exemplar.

Com efeito, esta deveria ser a lógica do modelo educacional de ensino superior proposto pelo MEC. Infelizmente, isso não acontece. Cada instituição tem autonomia acadêmica para atuar pedagogicamente, de acordo com suas propostas educacionais e condições estruturais para conceber a formação do estudante. Sabe-se que, em toda profissão, existem profissionais de alto, médio e de baixo nível. Essa classificação tem início na formação adquirida durante a graduação.

Preocupar-se com a aprendizagem efetiva do estudante do início ao fim do curso se torna um diferencial importante na formação acadêmica e profissional. Aplicar métodos para avaliar e para assegurar essa aprendizagem significativa é tarefa difícil e, muitas vezes, vista com resistência pelos estudantes. Todavia, esse fator diferencia as melhores das piores IES no que tange à formação com qualidade. As melhores IES não renunciam à avaliação séria e abrangente.

Deixar um estudante mal avaliado ser aprovado nas disciplinas, mediante provas fáceis e mal elaboradas, pode causar um prejuízo pedagógico, cultural e profissional. No exercício da profissão, a realidade do mercado de trabalho exigirá conhecimentos e habilidades desse estudante, que podem não ter sido desenvolvidos, considerando que a aprovação nas disciplinas mediante a aplicação de avaliações equivocadas oculta deficiências na formação.

Um aluno bem formado e comprometido com os estudos tem maior probabilidade de construir uma carreira promissora e de estar apto a se preparar com êxito para concursos públicos de alto nível. É preciso que o estudante se atente para não passar mais um ano flanando e desperdiçando tempo com fracas propostas de ensino superior. n

 

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Estevão Rocha

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