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Pedro Barbosa: Eleições presidenciais: certezas ou perguntas?
Opinião

Pedro Barbosa: Eleições presidenciais: certezas ou perguntas?

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Nos últimos 3 meses, tivemos a divulgação de muitas pesquisas sobre as eleições presidenciais com números bem próximos entre si, o que nos dá boa segurança, já que a probabilidade de cerca de 20 pesquisas de diferentes institutos não condizerem com a realidade é bastante pequena.

Fazendo uma média simples dessas pesquisas e considerando os 2 nomes mais bem colocados, Lula lidera as intenções de voto com cerca de 40% e Bolsonaro, em torno de 27%, está em 2o. Para os mais apaixonados, esses números trazem certezas, para os mais atentos, perguntas.

Entre os apaixonados pró-Lula, a certeza é de que Bolsonaro está derrotado. Entre os pró-Bolsonaro, uma certeza antiga: as pesquisas são falsas. Para ambos, é certo que não há espaço para uma 3a via. Paixões à parte, transformemos certezas em perguntas.

Bolsonaro está derrotado? Dificilmente. Em ano eleitoral, há tendência de melhora na imagem do governo, especialmente durante a campanha, quando o tempo de propaganda política é utilizado para mostrar resultados.

Olhando para o passado recente, todos os presidentes que se candidataram à reeleição venceram. Bolsonaro já demonstrou ter base consolidada e temos ainda que considerar qual será o tamanho do voto anti-PT, fenômeno decisivo em 2018.

Então as pesquisas são falsas? Certamente não. Na reeleição, a votação do governante é diretamente proporcional à avaliação de seu governo e, observando os números atuais, a votação de Bolsonaro é quase igual ao percentual que avalia o governo como ótimo ou bom.

Além disso, não se pode desconsiderar a força de seu principal adversário, que foi presidente 2 vezes e saiu do cargo com alta aprovação.

Por fim, há espaço para uma 3a via? Certamente o cenário tende para a polarização, mas não podemos confundir tendência com certeza. Hoje, o percentual de eleitores que não declara voto em Lula ou Bolsonaro é de 30 a 35% e, mesmo que não concentrem seu voto numa única opção, considerando a alta rejeição dos 2 primeiros colocados, não é impensável que um 3o nome entre na disputa, possibilidade que aumenta se o número de candidatos diminuir.

Repetindo o mantra: pesquisa é retrato de momento e aponta tendências, mas não prevê futuro. Aguardemos.

 

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Pedro Barbosa

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