Diariamente vemos pessoas inocentes sendo assassinadas, famílias sendo expulsas de suas casas, corpos esquartejados e exibidos publicamente, chacinas, facções exibindo armamento pesado e cobrando pedágios de comerciantes, enfim, a barbárie completa.

Hoje, o cearense vive as consequências da alta de 75,1% das mortes violentas em 2020 — a maior do país (Anuário de Segurança 2021). Ainda conforme o Anuário, o estado tem a maior taxa de Mortes Violentas Intencionais (MVI) e Fortaleza está em segundo lugar no ranking nacional de capitais com as maiores taxas de MVI. Quem está no controle?

E as pessoas se perguntam: de quem é a culpa? O Ceará é o 9º pior estado quando o assunto é gasto com segurança. Inclusive o Tribunal de Contas (TCE) afirma diminuição de 11,84% nesta pasta. O gasto com inteligência foi de apenas 2%. O que mostra que de fato aqui, organizado é o crime, já o Estado (...). Não se combate o crime organizado só com militares na rua, é preciso inteligência e estrutura de trabalho. Quem tem mesmo o controle?

No entanto, o então governador Camilo Santana, recentemente, desafiou um estado que tenha investido em segurança mais que o Ceará. Sendo que na Delegacia de Juazeiro do Norte não tem uma impressora para fazer um Boletim de Ocorrência e o efetivo dos municípios é de três policiais militares que se deslocam até 300 km para realizar um flagrante. Enquanto isso, o Ceará vira o "paraíso das facções", segundo o Jornal O Globo. Cadê o controle?

Investimento pressupõe resultado e a atual gestão fracassa nesse quesito, os números comprovam. E agora, o Estado está fazendo propaganda porque mudou a farda da Polícia Militar, mesmo quando deveria pagar uma por ano e está há três anos sem fornecer. Enquanto isso, os policiais do Interior não têm o básico, trabalham 72h e nem um local digno de descanso lhes é garantido. Já o crime organizado age à luz do dia, assaltando com fuzil e espalhando terror com a certeza da impunidade. Mas o governador disse que ele tem o controle, imagina se não tivesse!