Recentemente, um morador de rua de nome Givaldo Alves, 48 anos, foi agredido pelo personal trainer Eduardo Alves, logo após por ter sido flagrado tendo relações sexuais com a esposa deste, Sandra Mara, em Planaltina (DF). As imagens das agressões, capturadas por câmeras de segurança de uma residência, viralizaram, tornando-se um dos assuntos mais comentados da internet. O que poucos observam, porém, são os prejuízos que estão sendo causados à Sandra Mara, que precisou ser internada e estava sem condições psicológicas de se defender.
Analisando tudo o que ocorreu até aqui, principalmente as declarações obscenas realizadas pelo morador de rua aos veículos de comunicação, constata-se que, com ou sem má-fé, ciente ou não da atitude machista que teve, ele manchou pública e desnecessariamente a imagem, honra e a dignidade de uma mulher, que carregará pelo resto da sua vida os efeitos negativos dessa exposição com a qual ela jamais concordou.
Enquanto Sandra é ridicularizada, Givaldo Alves é tratado como uma espécie de herói e galã, capaz de conquistar o coração de qualquer mulher. Enquanto ela estava internada, lutando para se tratar de problemas psiquiátricos, já devidamente comprovados, Givaldo tem presença VIP em festas de famosos, aumenta diariamente o número de seguidores em suas redes sociais e é convidado por partidos políticos para se candidatar a deputado.
É visível a falta de empatia, sensibilidade e racionalidade de muitas pessoas, ao serem coniventes com o desrespeito e exposição de uma mulher, mãe de uma filha pequena e profissional autônoma que vende roupas para sobreviver. Uma coisa é certa: tudo isso é, em certa medida, reflexo de uma sociedade culturalmente machista e patriarcal.
Nada contra Givaldo melhorar de vida e sair das ruas nem muito menos contra os brasileiros que querem dar a ele oportunidades de trabalho. Afinal, ninguém deveria ser submetido à situação de completa indigência. O que não se deve admitir é que isso se dê às custas da destruição da reputação de outra pessoa que, até então, não cometeu crime algum, mesmo que sã estivesse. Pelo contrário, comprovado o surto psicótico, caberá à Justiça apreciar a suspeita de se tratar de um estupro a vulnerável. n