
Cientista político e professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e da pós-graduação em Políticas Sociais e Cidadania da Universidade Católica do Salvador (UCSal)
Cientista político e professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e da pós-graduação em Políticas Sociais e Cidadania da Universidade Católica do Salvador (UCSal)
Em 2006, Jaques Wagner (PT) foi eleito no primeiro turno com 52,89% dos votos, a partir de uma aliança que plasmava as forças políticas nacionais presentes na Bahia (PT, PMDB, PSB, PTB, PPS, PCdoB, PRB, PV e PMN). Sem radicalizar na montagem da sua coalizão governativa, se negou a promover um aniquilamento de forças carlistas lideradas por Antônio Carlos Magalhães (ACM); ao contrário, resolveu atraí-los para o campo político governista, ainda mais fortalecido com a reeleição de Lula à presidência naquela eleição.
O método de composição política de Wagner e dos partidos governistas se mostrou estável, mesmo quando o PMDB dos Vieira Lima rompeu com o PT. Levou também à refundação da carreira política do atual Senador Otto Alencar (PSD), que estava no Tribunal de Contas do Município (TCM) e se deu pela negociação do seu ingresso à época no PP, para que pudesse ser o candidato a vice-governador na chapa da reeleição de Wagner. Parte dessa força ajudou a fundar o PSD a partir de 2011, tornando, inclusive, PP e PSD os dois principais partidos no ranking de prefeitos.
Três fatores geram estabilidade nas coalizões políticas: o equilíbrio entre as forças partidárias, proporcional aos votos recebidos; a ambição política dos aliados; e a competição política nacional. O primeiro fator foi reconfigurado com a chegada do PT ao governo baiano e um redesenho mais equilibrado das forças político-partidárias. O mesmo pode ser dito do campo pós-carlista liderado por ACM Neto, quando à frente da prefeitura de Salvador.
O segundo fator envolve a ambição de aliados nas coalizões. PP, PSD e PSDB entendem que estão no segundo pelotão, combinando estratégias eleitorais que têm como foco as prefeituras e a eleição de bancadas maiores para a Assembleia Legislativa e a Câmara dos Deputados.
Por fim, o peso das coalizões pode ser determinado pelas eleições presidenciais, ante acentuada polarização estabelecida entre Lula e Bolsonaro, que dá mais chances de vencer a quem estiver atrelado ao petista—até aqui o que tem mais intenção de votos no eleitorado baiano. As duas principais coalizões baianas estão estáveis, com partidos que lideram e competem entre si na corrida pelo voto, face a uma racionalidade política que tem se mantido nas últimas eleições. Isso faz bem à democracia representativa.
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