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Paulo Wagner Aguiar Costa: Ibiapaba, terra rica de um povo esquecido
Opinião

Paulo Wagner Aguiar Costa: Ibiapaba, terra rica de um povo esquecido

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Clima ameno, com baixas temperaturas e mata atlântica exuberante, belezas naturais como cachoeiras, trilhas, bicas, mirantes e um parque nacional com teleférico e gruta com belos salões, que encantam turistas do Brasil e do mundo. Sem dúvidas, a Ibiapaba é uma das regiões mais bonitas e promissoras do estado.

Com um agronegócio forte, gerando mais da metade dos empregos da região e representando mais de um terço de toda a produção agrícola do Ceará, a Ibiapaba possui o maior açude sobre serra do mundo, o Jaburu, que gera segurança hídrica para as cidades da serra e sertão. Com o maior potencial para a geração de energia solar e eólica do estado, possui aproximadamente 600 torres já instaladas. No comércio, o título de onde mais se vende caminhões e tratores do Estado. Na indústria, empresas locais e internacionais que exportam para diversos países.

Mesmo com tanto potencial, a região é altamente esquecida pelos políticos quando se trata de investimentos públicos, seja para promover o desenvolvimento econômico ou principalmente quando se trata de investimentos em políticas e equipamentos públicos para dar dignidade e qualidade de vida a população, que vive sem oportunidades de qualificação, emprego e saúde.

Na Ibiapaba, o índice de jovens analfabetos com idade acima de 25 anos é o dobro da média do Estado e quando se trata de acesso dos jovens ao ensino superior, o índice é 50% inferior à média do estado. A região não possui nenhum campus de universidade pública Federal ou Estadual para mudar essa realidade.

Mesmo com meio milhão de habitantes, não possui um IML, corpo de bombeiros, centro de hemodiálise e principalmente, não conta com um hospital regional para atender essa população, que diariamente morre em ambulâncias, nas estradas em busca de um atendimento que infelizmente não encontram na região.

Na Ibiapaba, quase metade do trabalho formal depende da administração pública e isso acaba criando uma dependência da população e controle dos votos pelos prefeitos, que por interesses individuais, sempre apoiam candidatos forasteiros, que não conhecem e não têm compromisso com a região, fazendo com que esse cenário permaneça sendo sempre o mesmo. Uma região sem representantes legítimos, rica em potencial e pobre de oportunidade e qualidade de vida para a população.

 

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Paulo Wagner Aguiar Costa

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