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O BNB dos próximos 70 anos
Opinião

O BNB dos próximos 70 anos

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O Banco do Nordeste completa 70 anos hoje. Fruto de suas ações a região desenvolveu um polo agroindustrial, possui infraestrutura turística consolidada, transformou-se em região líder na geração de energia verde, tem um parque fabril diversificado e setor de serviços competitivos e possui o maior programa de microcrédito da América Latina.

Por maior que sejam as conquistas e realizações o Banco não pode viver preso ao seu passado, em especial em um mundo que muda cada vez mais rápido. Ou muda mais rápido ou vai ficando irrelevante. A construção do futuro não deve negar o passado, mas não será bem-sucedida se apenas repeti-lo. O Banco tem que, de forma definitiva, assumir sua identidade. Ser um banco múltiplo ou ser um banco de desenvolvimento? Não tenho dúvidas que a decisão correta é a segunda, seu destino é ser um banco de desenvolvimento puro. Como banco múltiplo não tem competitividade não tem futuro.

Um banco que corrigi falhas de mercado na oferta de crédito, financia projetos de elevadas externalidades, produz "inteligência" econômica. Um banco que prioriza o impacto e não o lucro, o desenvolvimento e não o simples desembolso. Um banco invisível no operacional, mas muito visível nos resultados que entrega.

O BNB dos próximos 70 anos deve ser construído em função de três pilares: FNE, microcrédito e inovação. Quando o FNE foi criado prevalecia a ideia que o desenvolvimento do Nordeste seria puxado pelo acúmulo de capita físico. O mundo mudou e hoje se sabe que mais importante que o capital físico é o capital humano e a produtividade.

O FNE precisa se adaptar a essa nova realidade. Precisa ofertar recursos não só via financiamentos tradicionais, que olham o passado da empresa, mas também aqueles que olham para seu futuro, precisa aportar recursos via capital de risco e alavancar recursos de crédito via oferta de garantias.

Precisa investir em infraestrutura social, verde e de inovação e ofertar capacitação técnica para empresas e empreendedores. Em resumo precisa ser inclusivo, verde e inovador.

Para sinalizar de forma inequívoca o surgimento de um novo BNB o nome do Banco seria alterado. Passaria a ser denominado Banco de Desenvolvimento do Nordeste do Brasil - BDNB.

 

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Marcos C. Holanda

Articulista
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