Cientista político e professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e da pós-graduação em Políticas Sociais e Cidadania da Universidade Católica do Salvador (UCSal)
Cientista político e professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e da pós-graduação em Políticas Sociais e Cidadania da Universidade Católica do Salvador (UCSal)
As eleições aos cargos de vereador e prefeito formam a base da carreira política no Brasil. Em 2020, tivemos 19.379 candidaturas a prefeito, 19.814 candidaturas a vice-prefeito e 518.485 candidaturas a vereador—em média, 8,92 candidatos por vaga. Na Bahia, tivemos 1.366 candidaturas a prefeito (3,28 por vaga) e 38.839 candidaturas a vereador; isso dá 8,39 concorrentes por vaga, média próxima à observada nacionalmente.
A disputa pelo legislativo municipal acaba por concentrar a maior parte dos candidatos, por causa do nosso desenho federativo. Há 5.568 municípios, que contam de 9 a 55 vereadores: mais cargos, mais concorrentes. Se a eleição nos municípios funciona como uma "divisão de base", as eleições a deputado federal mobilizam, em grande parte, os "masters" da carreira política, pois o caminho para se tornar deputado federal requer vasta experiência em cargos anteriores.
Nas eleições de 2018, tivemos, em todo o país, 17.941 candidaturas a deputado federal e 8.588 candidaturas a deputado estadual—médias de 17,33 e 16,74 candidatos por vaga, respectivamente. Tornar-se um deputado distrital em Brasília é ainda mais concorrido: foram 40,88 candidatos por vaga na última eleição.
Em 2010, na Bahia, os partidos lançaram 280 candidatos a deputado federal. Em 2014, foram 388 candidaturas; e, em 2018, batemos um recorde: foram 503 candidaturas. O Psol foi o partido que lançou mais candidaturas na última eleição—51, ao total. Com uma estratégia de crescimento eleitoral no campo da oposição ao PT, o DEM (atual União Brasil) lançou 43 candidaturas, seguido pelo MDB (41) e pelo PATRIOTA (40). Outros partidos têm sido mais concentradores, lançando menos candidaturas e elegendo mais parlamentares. É o que acontece com o PP (8), o PT (14) e o PSD (10).
A nossa hipótese é que, com mais dinheiro em mãos e a necessidade de montar chapas "puro sangue", torna-se indispensável recrutar mais candidaturas, já que os partidos precisarão somente de si (com exceção das federações) para alcançar o quociente eleitoral.
Na Bahia e nos demais estados, será necessário aumentar o potencial das chapas em atrair mais votos, algo que depende também do lançamento de candidatura aos governos estaduais. Estamos diante de um novo desenho institucional a ser testado nas urnas em outubro.
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