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Como ficarão as candidaturas a deputado federal?
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Cientista político e professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e da pós-graduação em Políticas Sociais e Cidadania da Universidade Católica do Salvador (UCSal)

Como ficarão as candidaturas a deputado federal?

Na Bahia e nos demais estados, será necessário aumentar o potencial das chapas em atrair mais votos, algo que depende também do lançamento de candidatura aos governos estaduais
Tipo Opinião
Cláudio André de Souza, professor adjunto de Ciência Política da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e um dos organizadores do "Dicionário das Eleições" (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Cláudio André de Souza, professor adjunto de Ciência Política da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e um dos organizadores do "Dicionário das Eleições"

As eleições aos cargos de vereador e prefeito formam a base da carreira política no Brasil. Em 2020, tivemos 19.379 candidaturas a prefeito, 19.814 candidaturas a vice-prefeito e 518.485 candidaturas a vereador—em média, 8,92 candidatos por vaga. Na Bahia, tivemos 1.366 candidaturas a prefeito (3,28 por vaga) e 38.839 candidaturas a vereador; isso dá 8,39 concorrentes por vaga, média próxima à observada nacionalmente.

A disputa pelo legislativo municipal acaba por concentrar a maior parte dos candidatos, por causa do nosso desenho federativo. Há 5.568 municípios, que contam de 9 a 55 vereadores: mais cargos, mais concorrentes. Se a eleição nos municípios funciona como uma "divisão de base", as eleições a deputado federal mobilizam, em grande parte, os "masters" da carreira política, pois o caminho para se tornar deputado federal requer vasta experiência em cargos anteriores.

Nas eleições de 2018, tivemos, em todo o país, 17.941 candidaturas a deputado federal e 8.588 candidaturas a deputado estadual—médias de 17,33 e 16,74 candidatos por vaga, respectivamente. Tornar-se um deputado distrital em Brasília é ainda mais concorrido: foram 40,88 candidatos por vaga na última eleição.

Em 2010, na Bahia, os partidos lançaram 280 candidatos a deputado federal. Em 2014, foram 388 candidaturas; e, em 2018, batemos um recorde: foram 503 candidaturas. O Psol foi o partido que lançou mais candidaturas na última eleição—51, ao total. Com uma estratégia de crescimento eleitoral no campo da oposição ao PT, o DEM (atual União Brasil) lançou 43 candidaturas, seguido pelo MDB (41) e pelo PATRIOTA (40). Outros partidos têm sido mais concentradores, lançando menos candidaturas e elegendo mais parlamentares. É o que acontece com o PP (8), o PT (14) e o PSD (10).

A nossa hipótese é que, com mais dinheiro em mãos e a necessidade de montar chapas "puro sangue", torna-se indispensável recrutar mais candidaturas, já que os partidos precisarão somente de si (com exceção das federações) para alcançar o quociente eleitoral.

Na Bahia e nos demais estados, será necessário aumentar o potencial das chapas em atrair mais votos, algo que depende também do lançamento de candidatura aos governos estaduais. Estamos diante de um novo desenho institucional a ser testado nas urnas em outubro.

 

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