Em mais um capítulo da história pela valorização da Enfermagem no último dia 04 de agosto celebramos o nascimento da lei 14.434 que, finalmente, fixa um valor mínimo para a remuneração de auxiliares, técnicos de Enfermagem e enfermeiros em todo o Brasil. Foram mais de 20 anos de uma luta tão exaustiva quanto os nossos plantões e que, embora vitoriosa, parece estar longe do fim.
A enfermagem que ao longo dos tempos mostrou para a população a sua importância e convenceu os políticos sobre o seu valor, agora amarga o desrespeito, que também é histórico, por parte do setor patronal. Porém, não existem surpresas até aqui. Como seríamos respeitados por quem sempre nos explorou? Como seríamos celebrados e dignamente remunerados por aqueles que usufruíam de uma mão-de-obra vital por valores imorais?
A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) movida pela CNSaúde contra a implantação do piso salarial da Enfermagem é apenas mais uma tentativa de seguir com os padrões que nos amarram ao longo da história, já que os argumentos são frágeis e equivocados. A PEC 11, aprovada nas duas casas legislativas nacionais, mais que chancelar a nossa legitimidade, assegura a constitucionalidade da nossa lei e só nos oferece ânimo para seguirmos lutando onde quer que seja necessário.
Mas, nem tudo são dissabores. Ver os salários sendo reajustados e oferecendo uma vida digna às famílias dos mais de 92 mil profissionais da Enfermagem no Ceará nos traz a sensação de que todos os embates valeram à pena.
A iniciativa privada que respeita seus empregados e cumpre leis já começou a remunerar os seus trabalhadores de acordo com os valores fixados pelo piso. Alegra-nos ainda mais saber que, até mesmo os municípios, que poderiam iniciar o pagamento dos novos valores somente em 2023, já estão se adequando e cumprindo a lei. Tauá é a primeira cidade cearense a implantar o piso salarial da Enfermagem para os seus servidores, inclusive os inativos.
Basta olhar para traz para ver que a Enfermagem venceu. E sempre vencerá! A luta não chegou ao fim. n