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A eleição em Pernambuco está previsível?
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Cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Autor de vários livros que abordam o comportamento do eleitor. Membro do Grupo de Pesquisa Comunicación Política e Comportamento Electoral en América Latina. Atualmente desenvolve pesquisas qualitativas e quantitativas de Opinião Pública

A eleição em Pernambuco está previsível?

Tipo Opinião

A eleição em Pernambuco está previsível em razão da nacionalização. De um lado, Danilo Cabral (PSB) tem o apoio oficial do ex-presidente Lula. De outro, Marília Arraes (SD) evoca o nome do candidato do PT à presidência da República. Anderson Ferreira (PL) é o candidato do presidente Jair Bolsonaro. Miguel Coelho (União Brasil) e Raquel Lira (PSDB), até o instante, optaram por desconsiderar a conjuntura nacional.

Três cenários estão postos neste instante: Cenário 1: Danilo Cabral versus Anderson Ferreira; Cenário 2: Marília Arraes versus Anderson Ferreira; Cenário 3: Marília Arraes versus Danilo Cabral. Todos os cenários têm a mesma probabilidade. Ressalto que os cenários apresentados consideram que a nacionalização orientará a escolha de grande parcela do eleitorado. Ressalto que quanto maior a votação de Lula, cresce a possibilidade do cenário 03 ser realidade. E quanto maior a votação de Bolsonaro, menor a possibilidade do cenário 03 acontecer.

Danilo Cabral têm três desafios: 1) Conquistar parcela majoritária dos eleitores lulistas; 2) Convencer o eleitor lulista de que ele é melhor do que Marília Arraes; 3) Mostrar, e este é o maior desafio, que o PSB merece seguir à frente do governo de Pernambuco. Marília Arraes têm também três desafios: 1) Mostrar que é capaz de governar Pernambuco; 2) Resistir aos ataques do PSB durante a campanha; 3) Manter a tropa política animada em decorrência do natural crescimento de Danilo Cabral em setembro.

Anderson Ferreira tem dois desafios: 1) Ser reconhecido como o candidato de Jair Bolsonaro; 2) Torcer para que Jair Bolsonaro conquiste mais eleitores em Pernambuco. Miguel Coelho e Raquel Lira tem um único desafio: ter posicionamento perante a eleição presidencial. Não vejo como ignorar a agenda nacional durante a campanha. A estratégia "estadualizar o discurso" não é a melhor. Todavia, o não observável é uma realidade em eleições.

Não descarto o seguinte cenário: Miguel Coelho opta por declarar voto em Jair Bolsonaro em decorrência do crescimento eleitoral do presidente da República e o não crescimento eleitoral de Anderson Ferreira. Deste modo, o candidato do União Brasil optaria por disputar com Anderson os eleitores de Bolsonaro e, claro, a vaga no turno final da eleição. Miguel também pode mudar de estratégia. Resta à Raquel Lira torcer para que Simone Tebet (MDB) cresça nas pesquisas ou mudança de estratégia. Lembro que o forte crescimento eleitoral de Tebet faz parte do imponderável. n

 

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