A seis semanas das eleições deste ano entramos em uma fase decisiva desta disputa eleitoral. Oficialmente, em breve inicia-se o período das campanhas no rádio, TV e redes sociais, quando os partidos e seus candidatos divulgarão seus perfis e propostas de políticas públicas. E será nessa fase do processo eleitoral que saberemos as chances destas eleições serem decididas no primeiro turno ou postergadas ao segundo turno.
Mas como as forças políticas se encontram até este momento? De acordo com pesquisas de opinião, os números reforçam o caráter polarizado da eleição presidencial, em que apenas os dois contendores mais bem colocados até o momento demonstram chances reais de vitória. Verifica-se, ainda, que se trata de uma eleição plebiscitária, com o eleitor sendo convocado a manifestar seu apoio ou não à reeleição do atual mandatário, e o seu projeto conservador e autoritário de pais.
Mas, em meio ao aprofundamento da polarização entre o ex-presidente Lula e o atual presidente Jair Bolsonaro e às dificuldades de uma terceira via decolar, as intenções de voto em estados da região mais populosa do país, o Sudeste, indicam que o atual presidente cresceu com a queda dos demais concorrentes e inicia processo de retomada da representação do antipetismo.
Neste contexto, em que o governo do ex-capitão começa a colher resultados com suas táticas de manipulação do eleitorado nacional, mesmo com a inflação reduzindo o poder de compra das famílias contempladas com o auxílio Brasil, e as mais recentes manifestações de relevantes segmentos da sociedade civil em favor do regime democrático de direito e da justiça eleitoral, a continuidade do amplo apoio do eleitorado nordestino à candidatura do ex-presidente Lula pode ainda garantir sua maior vantagem.
Contudo, Lula também precisará ampliar sua entrada no eleitorado nacional feminino, evangélico, negro, LGBTQI e entre os indígenas. Mas, especialmente, terá o desafio de continuar conquistando corações e mentes dos 81,3 milhões de brasileiros que ganham até dois salários-mínimos, sofrem mais com a crise econômica e podem se beneficiar com o dinheiro usado pelo presidente Jair Bolsonaro na tentativa de comprar o voto com a aprovação de auxílios sociais em pleno ano eleitoral. n