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Sérgio Farias: Cozinhas Solidárias, comida a quem tem fome
Opinião

Sérgio Farias: Cozinhas Solidárias, comida a quem tem fome

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Sérgio Farias, coordenador nacional do MTST e da Cozinha Solidária do Jangurussu (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Sérgio Farias, coordenador nacional do MTST e da Cozinha Solidária do Jangurussu

A Cozinha Solidária é muito mais que um espaço para preparo e distribuição de comida. Suas principais funções são o cuidado e o acolhimento com as pessoas mais vulnerabilizadas. Além disso, faz chegar, até as famílias que mais necessitam, a ajuda que pode garantir a vida delas.

As cozinhas atuam, portanto, em territórios em que em geral as políticas estatais não alcançam. Desse modo, o projeto se converte em espaços de acolhida para pessoas que, muitas vezes, são invisibilizadas pela sociedade.

Fortaleza é atravessada por barreiras que impedem grande parte de nossa população de circular livre e segura pela cidade. A proposta de Cozinhas Solidárias do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) defende que o equipamento seja criado para atender os mais fragilizados de um território. Assim, fortalece os laços comunitários e mobiliza solidariedade e trabalho voluntário, garantindo maior efetividade da ação e referência social.

Os movimentos sociais e populares têm grandes contribuições a dar às políticas públicas. Devido ao conhecimento dos territórios e das demandas mais sensíveis da população, possuem profunda capacidade de mobilização e comunicação com esse público, com grande capilaridade.

Atualmente, a Prefeitura de Fortaleza e o Governo do Estado distribuem cestas básicas e gás de cozinha a famílias pobres. Porém, não é possível garantir que essa comida chegue à boca das crianças e dos idosos, das mulheres grávidas e lactantes, dos arrimos de família, das pessoas com deficiência.

Os produtos e os serviços passam por intrincadas teias de atravessadores antes de chegar às casas das pessoas que mais precisam. Entre o óbvio, a política e a fome, existem as empresas, as licitações, a burocracia e até mesmo os interesses de controle dessas populações periféricas por intermediários criminosos.

Com os recursos hoje investidos pelo poder público em ações de compra de alimentos e distribuição de refeições prontas, a Cozinha Solidária, como tecnologia social de combate à fome, entregaria três vezes mais alimentos a quem de fato mais precisa!

Além disso, levaria mais do que alimento: distribuiria dignidade e respeito às famílias através de uma política territorial em que o lucro não esteja acima das vidas!

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