> O Tribunal Superior Eleitoral tem divulgado dados de que as candidaturas religiosas crescem cada vez mais no parlamento brasileiro, porém, aqueles que usam nomes como: "pai ou mãe de santo" são os que menos logram êxito nas eleições e a Igreja Católica já não permite mais que padres, bispos utilizem os cognomes religiosos, ainda que se retirem da ordenação de fé; há igrejas evangélicas que também optam por separar as instituições de fé dos partidos políticos, mas, há enfim, um grupo de líderes religiosos ou apoiados pelas igrejas, que mais crescem nas eleições.
Sobre esse tema, há objeções por parte lideranças de fé, de que docentes, sindicalistas, apresentadores de programas fazem proselitismo político-partidário em seus instituições de trabalho, mas esse discurso é pelo menos questionável, pois quando um professor se candidata e tenta angariar votos entre os alunos das escolas e faculdades, geralmente é desligado da instituição de ensino ou se um líder sindical promove campanhas dentro dos sindicatos opositores chegam, por vezes, às vias de fato, não raro, rompem-se as chapas, porém, nas igrejas dizem: Amém!
Esse é o problema. Muitos representantes de fé não respeitam a crença política dos fiéis, de forma nada espontânea, apelam para a igreja os seus votos, reclamam a candidatura de deus, como se tal fossem os escolhidos e usam do dogma da fé para se acobertarem na política.
Há uma expressão emblemática de um cientista social de nome Paul Freston, que afirma veemente em seu livro homônimo: "Religião e política, sim. Igreja e Estado, não", enfatizando o papel da religião para o Estado, porém, rechaçando a influência da igreja na partidarização eleitoral. É certo que não há um artigo de lei expressamente prevendo o abuso do poder religioso nas eleições, mas, isso não deve ser um fenômeno desconsiderado pelo ordenamento jurídico, porque na sociedade brasileira existem outras formas de controle, que não aquelas exercidas pelo Estado de Direito, porém, nem sempre democráticas tais formas de controle.