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Henrique Aragão: Ameaçado, Ceará planta floresta
Opinião

Henrique Aragão: Ameaçado, Ceará planta floresta

A adoção de reservas é alternativa para a proteção da biodiversidade, aponta a Associação Caatinga, mas o processo de desertificação preocupa
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Henrique Aragão, produtor rural
 (Foto: Acervo Pessoal)
Foto: Acervo Pessoal Henrique Aragão, produtor rural

O bioma caatinga, 11% do Brasil nos estados do Nordeste, perdeu 25,57% da cobertura vegetal entre 1985-2021. A modificação na paisagem pela ação do homem foi observada no estudo MapBiomas com imagens de satélite verificadas mês a mês. No Ceará, nestes 37 anos, a pecuária avançou mais de 320%.

Há núcleos de desertificação em Irauçuba, Canindé e Inhamuns. A adoção de reservas é alternativa para a proteção da biodiversidade, aponta a Associação Caatinga. O processo de desertificação preocupa. Por meio da ONG, o Grupo M. Dias Branco adotou 800 hectares da Reserva Natural Serra das Almas em Crateús, no Ceará e Buriti dos Montes, Piauí, com 6.300 hectares de áreas protegidas.

Em outra frente, o Ceará planta floresta em áreas degradadas de antigas roças de mandioca, feijão e milho. É o caso da Fazenda Ouro Verde Agroflorestal, que plantou há oito anos, em Viçosa, 30 hectares de mogno africano - 20 mil árvores. Uma expansão em nova área de 50 hectares foi implantada há dois anos na propriedade, com fertiirrigação por gotejamento, agora em sistema agroflorestal, com mogno africano, tâmaras, açaí, cacau, café e banana.

Implantar e manejar agrofloresta, com objetivo de fortalecer o solo, envolve todo um ciclo de produção sustentável e tecnologia de educação ambiental.

Os bancos oficiais - BNB, Caixa Econômica e Banco do Brasil - têm linhas de financiamento para fomentar o cultivo de florestas. A Ouro Verde Agroflorestal deu assessoria a investidores que implantaram mais de 100 hectares no Ceará e Pernambuco.

O Brasil avança na agricultura sintrópica no conceito criado e praticado por Ernest Gotsch, que trabalha a favor da natureza e não contra ela. O método associa cultivos agrícolas com florestais, recupera os recursos ao invés de explorá-los, além de incorporar conceitos ecológicos ao manejo de agroecossistemas.

No contexto das mudanças climáticas, a plantação de floresta é sustentável no aspecto ambiental, social e econômico. As empresas ambientalmente responsáveis promovem ações de compensação de gases de efeito estufa (dióxido de carbono) e promoção da biodiversidade.

 

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