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Emmanuel Furtado: O amor vence o ódio
Opinião

Emmanuel Furtado: O amor vence o ódio

Nas lições do sábio Papa Francisco, o que precisamos no momento em nosso país é da vitória do amor sobre o ódio, da verdade sobre as inverdades
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Tomo do livro "Meditações: O Diário do Imperador Estoico Marco Aurélio", editora Temporalis, 2021. Relembrando a História, foi imperador romano nascido em 26 de abril de 121 d.C. Ao que tudo leva a crer, seus 12 livros mais eram que capítulos de diário, os quais escrevia para si próprio e não para leitores outros. São lições do cotidiano que vai soltando despretensiosamente, mas não tem como o leitor não apreender a constante preocupação do autor em fazer um confronto entre a vida e a morte, entre a provisoriedade do tempo presente e a força arrebatadora da "indesejada das gentes".

"Não mereço infligir dor a mim, da mesma forma que eu nunca deveria fazê-lo a outra pessoa", diz Marco Aurélio, nada que não possa vir a ser substituído por "ama ao próximo como a ti mesmo", do cristianismo, ou pelo próprio Direito, quando estabelece que ninguém deve causar prejuízo a outrem e, se o fizer, deve indenizar o lesado, de sorte que a situação volte ao "status quo ante".

Em determinada parte da obra, reflete sobre o esquecimento, quando então menciona que fulano foi tão famoso e poderoso e recebeu tantas honrarias, mas, catapultado pela implacável morte, quem o homenageou em vida e na morte hoje também já é morto, portanto, já não mais existe quem se lembre de quem…

É como se estivesse a dizer, parafraseando mais uma vez o texto bíblico: "vaidade das vaidades, tudo é vaidade debaixo do céu". Em suas "Meditações", insiste que tudo é passageiro e que de nada vale se preocupar com o dia de amanhã, pois ele é inalterável. Passam cargos, fortunas, famas, honrarias, status e mesmo a memória por parte dos outros, daquele que detinha uma, ou várias dessas conquistas. Daí insistir que o mérito está em viver bem o dia de hoje, com honestidade e sempre em busca da justiça e do que é escorreito.

Deixa claro que o que temos é "o tempo presente, os homens presentes", pois o passado não pode ser modificado e do futuro nada se sabe. Lógico que os fatos passados têm sua importância para a compreensão da História, da Antropologia e até da Astronomia. Embora não possamos interferir nos fatos futuros, podemos planejar e executar o que está ao nosso alcance para que o futuro seja favorável a nós, a todos os que nos são caros e à humanidade em geral.

Nas lições do sábio Papa Francisco, o que precisamos no momento em nosso país é da vitória do amor sobre o ódio, da verdade sobre as inverdades e, assim, corroborado pelos ensinamentos do estoico Marco Aurélio, fazer do presente instante a prevalência da justiça sobre a injustiça, e, diria, da efetividade da vontade e soberania popular para a plena adoção de um verdadeiro Estado Democrático de Direito.

 

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Emmanuel Furtado

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