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É preciso punir os golpistas
Opinião

É preciso punir os golpistas

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Plínio Bortolotti, jornalista do O POVO (Foto: Acervo)
Foto: Acervo Plínio Bortolotti, jornalista do O POVO

Desde o fim das eleições, que consagrou a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva como novo presidente do Brasil, baderneiros iniciaram manifestações antidemocráticas e violentas, que se estenderam por vários estados. Depois de contidos nas rodovias, os atos de banditismo político continuaram em frente aos quartéis, com pedidos de intervenção militar.

Em vários desses atos a violência chegou a níveis inauditos, com retenção de pessoas em tratamento de doenças graves, de ambulâncias que transportavam pacientes e de pelo menos um veículo que conduzia órgão para transplante, um coração que se perdeu por não ter chegado a tempo ao aeroporto.

Em dois lugares houve tentativas de homicídio por parte dos golpistas. Em Santa Catarina, policiais rodoviários federais foram atacados com barras de ferro por bolsonaristas, deixando dois agentes feridos. Um deles levou um golpe com barra de ferro na cabeça, que afundou o capacete de proteção, livrando-o de um ferimento potencialmente mortal.

Na cidade de Novo Progresso (Pará) equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram confrontadas a tiros quando tentavam desbloquear um trecho da rodovia BR-163. Um agente ficou ferido e uma criança precisou ser socorrida, depois de passar mal durante o conflito. Os gritos de "Agora é guerra", como se pôde ouvir no vídeo, revelam o quão "pacífico" é o ânimo que move essa turba.

Depois de os arruaceiros receberem a bênção maldita de Bolsonaro para que continuassem com as "manifestações legítimas", chegou a vez de o Ministério da Defesa, cujo titular é o general de exército Paulo Sérgio Nogueira, passar pano para os desordeiros.

Para o militar, os arruaceiros estão exercendo a "liberdade de manifestação de pensamento e de reunião", conforme registrou a plataforma jornalística Congresso em Foco. Nenhuma palavra sobre a violência praticada nesses atos, nem ao atentado ao Estado Democrático de Direito cometido por esse movimento.

Muito se fala da necessidade em reconciliar a sociedade. Justo. Mas a pacificação somente será alcançada se todos os que praticam esses crimes forem punidos com o rigor da lei, incluindo mandantes e financiadores. n

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