Maria Luíza Fontenele, nossa guerreira, celebra, neste 27/11, 80 anos de uma vida intensa e revolucionária! Maria tem uma trajetória de cores multicores, grandes amores e algumas dores.
Maria, andarilha da emancipação, com Rosa Fonsêca e tantos (as), fincam marcas e exemplo de resistência, coerência e compromisso com um novo devir para a humanidade e para a natureza!
Maria da Anistia, Maria Prefeita, Maria Deputada, Maria das Mulheres, Maria da Crítica Radical! Após enfrentar grandes preconceitos, combater bons combates e superar enfermidades, continua firme, sorriso largo, semeando uma nova sociedade.
São muitos os laços que nos ligam a Maria. Na Sociologia na UFC, foi professora de Rosa, quando criaram, com Jorge Paiva e Célia Zanetti (partiu em 2018) o quase cinquentenário Crítica Radical. Também de Quixadá, Maria é contemporânea de nossa irmã Fátima Elizabeth. Militante, Fatinha foi perseguida política como Rosa; encantou-se em 2021.
Na década de 1970, participamos juntas do Movimento Feminino pela Anistia com tantas companheiras aguerridas. Depois, vieram a União das Mulheres Cearenses (UMC), partidos, sindicatos, ocupações, histórias escritas nas lutas populares. Rosa e Maria, na luta todo dia.
Maria, Maria, com força, com raça, mas com muita magia, foi eleita a primeira mulher prefeita de uma capital. Como assessora, acompanhamos momentos desafiadores. Num mandato de três anos - abreviado pela Constituição -, a Administração Popular teve muita oposição e até sabotagens, em meio a uma campanha misógina e sexista.
Maria seguiu e segue. Foi deputada federal de 1991 a 1995, sempre dedicada às demandas dos movimentos sociais. Maria, figura carismática, continua presente nas lutas, de forma absolutamente desprendida, doando a vida às causas mais necessárias e urgentes independentemente de mandatos ou da política institucional. Ainda assim, dialoga com todas e todos.
Maria é essa força que nos alerta, sentimento tão bem expressado na canção de Milton que foi o hino da campanha a prefeita em 1985. Vamos lá, Maria, continuar a semear sonhos de liberdade e a cultivar a sua estranha, mas imprescindível mania de ter fé na vida. É preciso ter sonho sempre! n