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Plínio Bortolotti: Revanchistas continuam a exigir golpe militar
Opinião

Plínio Bortolotti: Revanchistas continuam a exigir golpe militar

Tirante o fato de que essas fontes "moderadas" podem existir apenas no desejo de quem escreve, até agora o que se vê, pelos fatos concretos, e não por suposição ou fontes ocultas, é que o clima de revanche parte dos golpistas
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Plínio Bortolotti, jornalista do O POVO (Foto: Acervo)
Foto: Acervo Plínio Bortolotti, jornalista do O POVO

Alguns analistas andam dizendo que existe um setor "moderado" do PT preocupado com o "clima de revanche" que teria se apoderado de alguns petistas, a partir do coro de "sem anistia" entoado pela multidão na posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, referência à fuga do ex-presidente Jair Bolsonaro para os Estados Unidos.

Tirante o fato de que essas fontes "moderadas" podem existir apenas no desejo de quem escreve, como um amiguinho invisível, até agora o que se vê, pelos fatos concretos, e não por suposição ou fontes ocultas, é que o clima de revanche parte dos golpistas. Eles continuam amontoados em frente aos quartéis sem aceitar o resultado das urnas, exigindo que o Exército violente o Estado Democrático de Direito com uma intervenção pelas armas.

A revanche parte desses covardes, que continuam a perseguir quem eles consideram responsáveis pela derrota que sofreram, atacando autoridades em ambientes públicos, como aconteceu em um aeroporto de Miami com ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, e com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em restaurante de Brasília. E, ainda, continuando a agredir jornalistas no exercício da profissão.

Não escapam da sanha revanchista nem mesmo simples cidadãos, que não podem transitar usando roupa vermelha, sem correr o risco de serem agredidas, se cruzarem com um desses grupos criminosos homiziados em espaços gentilmente cedidos pelo Exército, sob cuja proteção permanecem.

Revanchistas são os comandantes das Forças Armadas que, mesmo depois de Lula ter nomeado um ministro da Defesa, José Múcio, que passou pelo crivo dos militares, fazem questão de mostrar contrariedade, evitando até bater continência para seu comandante-chefe, o presidente da República, sem ninguém lhes pôr cobro. Pelo contário, Múcio vê tudo isso como natural e "democrático", incluindo os atos golpistas, onde se planejam crimes e atos de terrorismo.

Por outra vista, fazer justiça não é revanche, pelo contrário, é impedir que os crimes se repitam. Se punições houvessem recaído sobre os militares que cometerem crimes na ditadura, eles não estariam hoje botando as mangas de fora, nem quartéis do Exército ofereceriam impunemente sombra a golpistas. n

 

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