Na área de transportes, uma das frases mais repetidas diz que o "Transporte não é um fim em si mesmo". Se a pessoa usa o sistema de transportes é para poder realizar alguma atividade, quer seja trabalho, estudo, lazer, compras etc. O sistema proporciona a mobilidade que, por sua vez, permite a acessibilidade aos locais desejados.
Diretrizes nacionais estabelecem como prioritários, três modos de transportes. Dois deles são não motorizados, o transporte a pé e aquele usando a bicicleta. Eles são chamados modos ativos. O terceiro é o transporte público coletivo. Os três são acessíveis à maioria da população e trazem um uso muito mais eficiente dos recursos. Os modos ativos têm uma certa limitação quanto às distâncias a serem percorridas. O transporte coletivo é o ideal para atender a maioria dos deslocamentos das pessoas. Mário Angelo Azevedo
Independente do modo de transporte utilizado, a pessoa é beneficiada pela existência de um bom sistema de transporte coletivo. Mesmo que ela utilize apenas o automóvel, quando ela vai a uma loja, a um hospital, a um restaurante, por exemplo, essas estruturas estarão funcionando porque as pessoas que nelas trabalham chegaram ali, na maioria das vezes, usando o transporte coletivo. Este é um argumento a favor de que o custo do sistema seja pago por quem se beneficia e não apenas por quem o utiliza.
Assim, separa-se a cobertura dos custos do sistema, da receita obtida com a cobrança da tarifa. Pode ser cobrada do passageiro, desde a tarifa que cobre todos os custos, passando por diferentes percentuais de desconto, indo até a tarifa zero. Vai depender da obtenção de recursos, não tarifários, para cobrir os custos. O sistema não será gratuito. Será pago de outra maneira.
É preciso que haja uma política, dos poderes municipais, estaduais e federal, no sentido de montar a estrutura para gerar esses recursos. Continuará existindo a responsabilidade, do poder público, de garantir a oferta, à população, de um serviço de transporte público adequado.