Encontra-se em consulta pública no Ministério de Minas e Energia (MME) o Plano de Trabalho Trienal do Programa Nacional do Hidrogênio (2023-2025). A Câmara Setorial de Energias do Ceará (CSEnergias-CE) apresentou contribuições que aqui serão resumidas.
O Brasil tem a extraordinária oportunidade de se tornar um dos líderes mundiais na produção, consumo e exportação de hidrogênio verde, amônia verde e derivados, e de ser importante protagonista da transição energética, tendo em vista o enorme potencial de energia eólica e solar. Estima-se que em 2050 o hidrogênio sustentável representará um mercado da ordem de USD 600 bilhões anuais.
Em julho de 2021 foi lançado o Programa Nacional de Hidrogênio (PNH2) pelo MME, foram criadas cinco comissões temáticas e elaborado o "Plano de Trabalho" dessas comissões. Ou seja, o plano para fazer o plano.
É possível constatar que muitos países (mais de 30) já desenvolveram seus planos com metas claras e bem definidas, como Chile, Espanha, Alemanha etc. Essa dissonância com o que vem sendo apresentado por outros países, é facilmente constatada.
No presente Plano de Trabalho Trienal não existe uma visão de futuro definida, nem um posicionamento sobre o papel que o Brasil irá exercer no setor global do hidrogênio.
Com a metodologia adotada, concluímos que não teremos em um prazo curto, um Plano ou Roadmap com visão e metas objetivas. Com a premência de situarmos o Brasil no cenário mundial do hidrogênio sustentável é imprescindível a adoção de outra metodologia que atenda aos anseios diante das oportunidades que poderão ser perdidas.
Para termos um plano que coloque o país na rota da transição energética para energias limpas e renováveis, a CSEnergias-CE propôs:
Criação de uma força-tarefa coordenada pelo MME, tendo como integrantes representantes do governo, do setor produtivo e da academia, que tenham como objetivo apresentar um roadmap para o hidrogênio verde e de baixo carbono com prazo de conclusão de três a quatro meses.
Devido a rotas distintas de produção, ao grande potencial das energias renováveis, ao interesse internacional por hidrogênio verde, considerar diretrizes e políticas públicas distintas para o hidrogênio verde e o de baixo carbono.