A invasão russa na Ucrânia completa um ano e ainda parece longe de uma solução. Surpreendendo o mundo, o governo de Vladimir Putin resolveu fazer algo que não era visto na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial: uma guerra territorial de conquista.
Ao analisar o conflito, alguns aspectos positivos e negativos de ambos os países merecem destaque. De um lado, o governo ucraniano conseguiu mobilizar não apenas a opinião pública internacional a seu favor, como garantir apoio militar e econômico dos Estados Unidos e dos aliados europeus. Isso impediu a vitória russa, porém, não foi capaz de fazer a guerra chegar ao fim, tendo que pagar um alto preço em vidas humanas e em refugiados expulsos de suas casas.
Do lado russo, a expectativa de uma campanha militar rápida e avassaladora não se confirmou, evidenciando uma grande fragilidade estratégica, logística e operacional de levar a frente uma ação militar mais efetiva, o que fragilizou sua posição como potência bélica. Por outro lado, ao contrário do que se imaginam inicialmente, a capacidade de resiliência da economia russa surpreendeu e evitou que as duras sanções econômicas levassem o país a um total colapso.
O que acontecerá de agora em diante ainda é um uma incógnita, especialmente no atual momento do conflito, marcado por um certo equilíbrio de forças e muitas baixas de ambos os lados. Mesmo perdendo grande quantidade de equipamento e pessoal, a Rússia parece insistir em ações ofensivas e ainda busca sair com "alguma vitória", especialmente de natureza territorial.
Do lado ucraniano, confirmado o recebimento de mais apoio militar, em especial tanques pesados (de origem alemã e norte-americana) e outros equipamentos, a retomada territorial parece ser seu objetivo maior, especialmente das áreas ao leste. Não se pode descartar a busca de uma solução negociada, em que cada parte tenha sua parcela de vitória, mesmo parcial. A atuação de alguns players importantes, como China ou mesmo o Brasil, que busca se relocalizar no cenário internacional, poderia atuar como um eventual (e improvável) mediador.