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Larissa Gaspar: A maior vítima é a democracia!
Opinião

Larissa Gaspar: A maior vítima é a democracia!

Como mulher parlamentar também já sofri algumas violências políticas de gênero, entre elas uma ameaça de morte pelas minhas redes sociais e agressões verbais e fake news preferidas contra minha trajetória política
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As mulheres são a maioria da população brasileira e a maioria do eleitorado do país, apesar disso, nossa representatividade nos espaços de poder e decisão ainda é muito baixa, o que explicita a estrutura machista e conservadora de uma sociedade na qual a desigualdade de gênero ainda é uma dura realidade.

À medida que as mulheres se tornam mais visíveis na política e ocupam cada vez mais espaços de poder, seja no ambiente público ou privado, observa-se um aumento nos números de casos de violência política de gênero.

Segundo dados da ONU Mulheres, 82% das mulheres em espaços políticos já sofreram violência psicológica; 45% já sofreram ameaças; 25% sofreram violência física no espaço parlamentar; 20% assédio sexual e 40% das mulheres afirmaram que a violência atrapalhou sua agenda legislativa.

A violência política de gênero atinge, principalmente, mulheres negras, indígenas e trans que são os maiores alvos de perseguição, em geral, por serem grupos historicamente reprimidos.

Um dos mais marcantes casos de violência de gênero na política, é o caso Marielle. O assassinato da vereadora do Rio de Janeiro completa cinco anos e até hoje não se sabe quem mandou matar a parlamentar e seu motorista Anderson Gomes. O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que solucionar definitivamente o caso Marielle é "questão de honra" para o país. Precisamos saber quem mandou matar Marielle Franco e por quê?

Existem outros casos que ganharam repercussão nacional como o da deputada estadual de SP, Isa Pena que sofreu assédio sexual por parte de outro parlamentar, durante sessão plenária; as ameaças de morte à deputada federal Sâmia Bonfim e à ex-deputada federal Manuela D'ávila.

Como mulher parlamentar também já sofri algumas violências políticas de gênero, entre elas uma ameaça de morte pelas minhas redes sociais e mais recentemente uma série de agressões verbais e fake news preferidas contra minha trajetória política no plenário da Câmara Municipal de Fortaleza. Nos dois casos tomei as devidas providências na justiça.

Violência política de gênero é crime! Eles querem nos calar, mas não conseguirão! Por mais mulheres na política! n

 

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Larissa Gaspar

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