A vacinação é uma medida fundamental para prevenir doenças contagiosas e promover a saúde pública. No entanto, a queda na cobertura vacinal contra o HPV, especialmente em relação à segunda dose, é preocupante e indica a necessidade de medidas para aumentar a adesão à vacinação. Nesse contexto, uma estratégia que poderia ser adotada é a aplicação da vacina diretamente nas escolas, especialmente para crianças entre 9 e 14 anos, faixa etária recomendada pelo Programa Nacional de Imunizações.
A vacinação nas escolas apresenta diversas vantagens, tais como: o acesso mais fácil ao grupo populacional focal, a possibilidade de contribuir para a educação em saúde e para a prevenção de doenças, e a redução do estigma e da discriminação em relação à vacinação.
Do ponto de vista jurídico, a aplicação da vacina diretamente nas escolas é uma possibilidade que deve ser analisada com cautela. É importante observar que o direito à saúde é um direito fundamental previsto na Constituição Federal, assim como a obrigação do Estado de garantir políticas públicas que visem à proteção da saúde da população. Nesse sentido, a vacinação é uma política pública que deve ser promovida pelo Estado e que pode ser realizada em diferentes locais, incluindo as escolas.
Entretanto, a aplicação da vacina nas escolas deve ser feita com base em critérios técnicos e éticos, garantindo a segurança e a eficácia do procedimento, bem como a anuência dos pais ou responsáveis pelos alunos, assegurando-lhes o direito de decidir sobre a vacinação de seus filhos. Essa decisão deve ser baseada em informações precisas e completas fornecidas pelos profissionais de saúde responsáveis pela vacinação, para que os pais possam tomar uma decisão informada e consciente.
A vacinação é um ato médico que requer conhecimento técnico e habilidade para ser realizada de forma segura. Implantar a vacinação nas escolas pode ser uma solução eficaz para aumentar a cobertura vacinal contra o HPV e conscientizar os pais sobre a importância da vacinação. A Escola é um local de aprendizado social, pensemos nisso.