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Raízes e asas
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Neivia Justa, jornalista, empreendedora, palestrante, mentora, professora, fundadora e líder da JustaCausa, com 30 anos de experiência como líder de Comunicação, Cultura, Diversidade, Equidade e Inclusão em empresas como Natura, GE, Goodyear e J&J. Criadora do programa #LíderComNeivia e dos movimentos #OndeEstãoAsMulheres e #AquiEstãoAsMulheres, foi a vencedora do Troféu Mulher Imprensa e do Prêmio Aberje 2017 e, em 2018, foi eleita uma das Top Voices do Linkedin Brasil.

Raízes e asas

Admiro e aplaudo o exemplo do meu pai e da minha mãe, do meu sogro e da minha sogra. Não sei se eu conseguiria ter tamanha coragem.
Neivia Justa, jornalista, executiva e criadora do movimento #ondestãoasmulheres (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Neivia Justa, jornalista, executiva e criadora do movimento #ondestãoasmulheres

Há duas semanas, vi uma placa que dizia: "Os maiores presentes que podemos dar às nossas crianças são raízes e asas". Tenho andado perdida em meus pensamentos sobre isso desde então. Certamente porque, no momento em que escrevo este artigo, minhas filhas estão desbravando o mundo sozinhas, há três semanas, pela primeira vez, sem mim e seu pai.

Em seus 20 anos de vida, este é o primeiro aniversário que a Luiza passa longe de nós.

Aprendi muito cedo, com painho e mainha, que a gente cria filhas e filhos para o mundo. Porém, se pudéssemos, manteríamos nossas crias protegidas debaixo da nossa asa por toda a vida, não é mesmo? O coração fica apertado quando elas embarcam em suas aventuras solo. Quem irá protegê-las dos perigos desse mundão de meu Deus?

Por isso é tão importante confiar nas raízes que lhes demos, por meio do nosso exemplo, valores, limites, segurança emocional e amor incondicional.

Fiquei surpresa quando as meninas nos contaram que suas companhias de viagem sempre se espantavam com o fato de elas, ainda adolescentes, estarem viajando sozinhas. Isso me fez relembrar duas histórias de outro tempo, no século passado, num mundo completamente analógico e não globalizado: a minha própria e a do Eduardo, meu marido.

Em 1967, do alto de seus 11 anos de vida, Eduardo queria estudar no Colégio Militar. Como a unidade do Rio só aceitava filhos de militares, a alternativa mais próxima para o filho de um civil era o colégio de Belo Horizonte. E lá foi ele morar na unidade mineira.

Vinte anos depois, em 1987, com apenas 17 anos, eu deixei o alto verão cearense para ir morar em Cambridge, na Inglaterra, em pleno inverno.

Admiro e aplaudo o exemplo do meu pai e da minha mãe, do meu sogro e da minha sogra. Não sei se eu conseguiria ter tamanha coragem. Por outro lado, com essas experiências vividas, seria impossível impedirmos nossas filhas de voar. Ainda mais agora, em tempos de WhatsApp!

Temos a certeza de que construímos raízes tão fortes e saudáveis para elas quanto as que recebemos dos nossos pais e mães. Essas raízes são o porto seguro que as encoraja a abrir suas asas e alçar voo para conhecer e conquistar o mundo!

E você, tem dado raízes e asas para suas crias? n

 

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