Um estudo do Instituto Europeu para a Igualdade de Gênero (EIGE, em inglês), coloca a Itália como um dos países em que há grande equilíbrio em relação a homens e mulheres. Grandes empresas italianas possuem, em média, 42,6% de mulheres em seus conselhos diretores, e 29,4% das presidentes são do gênero feminino. Nos dois índices, o país fica em segundo lugar, perdendo apenas para França e Polônia, respectivamente.
Embora a sede administrativa da Planet Smart City seja em Londres, a média de mulheres no conselho diretor é semelhante à média italiana apontada pela EIGE: somos 3 entre 7 no total. Acreditamos na igualdade de gênero como um fator importante no crescimento de nossa empresa.
De acordo com os dados mais recentes da Organização Internacional do Trabalho, relativos a 2021, as mulheres ocupam no Brasil 37,2% dos postos gerenciais de nível sênior e médio. Embora seja elevado, o número não cresceu significativamente se comparado a 2011, quando o índice era de 36,6%.
Como CEO e mulher, este fato me incomoda. Principalmente em um mundo no qual a igualdade de oportunidades está sendo exigida por muitos dos stakeholders de empresas. O Brasil é um país com grande potencial de crescimento, e é visto por investidores no exterior como um local de oportunidades - eu mesma, em 2015, observei este potencial ao desembarcar aqui para implementar meu projeto de cidades inteligentes inclusivas. Por que não avançar nesse sentido?
Em todos os lugares do mundo, mulheres e homens devem sentar-se à mesma mesa. Especialmente nos negócios. Já me deparei com muitas situações em que fui olhada com desconfiança por ser mulher, e, no decorrer das conversas, senti o misto de surpresa e arrependimento, quando o único sentimento deveria ser naturalidade.
A respeito do assunto, meu sonho é que, daqui a alguns anos, isto nem precise ser mais dito. n