Em novembro de 2022 foi lançado o ChatGPT (do inglês Chat Generative Pre-Trained Transformer) um protótipo de inteligência artificial (IA) que chamou a atenção por suas respostas detalhadas e articuladas sobre os mais diversos assuntos, inclusive, aqueles de cunho jurídico. Desde que foi difundido, o ChatGPT tem gerado muitas discussões. Alguns acreditam que à medida que a inteligência artificial se expande, a ideia de que ela pode substituir completamente o trabalho do advogado ganha força, enquanto outros defendem que a IA é apenas uma ferramenta de auxílio para os advogados. Independente do caminho percorrido pelas duas correntes, é inegável o alcance do ChatGPT na atualidade.
Da revisão de contratos a análise e padronização de documentos até a consulta de legislação e jurisprudências, o algoritmo parece mesmo empenhado na popularização das suas funcionalidades. Um exemplo disso é que em apenas dois meses após o lançamento, o ChatGPT ultrapassou a marca dos 100 milhões de usuários, mesma marca que o aplicativo do TikTok levou nove meses para atingir.
Por outro lado, como custo da alta popularidade da plataforma, muitas críticas foram relatadas pelos usuários do robô virtual. Ao ser questionado quantas vezes o Brasil ganhou o Oscar, o ChatGPT respondeu que o país já ganhou ao menos cinco prêmios (na verdade, o país nunca levou uma estatueta).
A própria OpenAI, criadora da IA, já chegou a afirmar que o ChatGPT por vezes escreve respostas plausíveis, mas incorretas ou sem sentido, ou então é excessivamente redundante. As críticas não se restringem aos textos. Em março deste ano, a OpenAI confirmou o vazamento de dados causado por um bug em uma biblioteca de código aberto.
Na época, o vazamento incluiu o histórico de conversas e informações relacionadas a pagamentos de 1,2% dos assinantes do ChatGPT Plus. Todavia, em que pese a existência de inconformidades, é indiscutível a presença da Inteligência Artificial no dia a dia, sobretudo, na gestão dos escritórios de advocacia.
O que não pode ser desprezado é o fato de que a inteligência artificial é, em última consideração, uma decorrência da inteligência humana. Ela não surgiu de forma espontânea, é incontestável a interação direta com o elemento volitivo - este essencialmente humano.
