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Plínio Bortolotti: Genocídio na Faixa de Gaza
Opinião

Plínio Bortolotti: Genocídio na Faixa de Gaza

Pelo menos 8.525 pessoas foram mortas em Gaza, entre elas 3.542 menores de idade. Dados do Ministério da Saúde, não verificados de forma independente, tanto quanto, ressalte-se, as próprias informações do governo israelense
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Plínio Bortolotti, jornalista do O POVO  (Foto: O POVO )
Foto: O POVO Plínio Bortolotti, jornalista do O POVO

O primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com seu inocente apelido de "Bibi", é quem mais tira proveito com a continuidade guerra contra o povo palestino; outro grande beneficiado é seu suposto inimigo, o Hamas. Ambos querem explodir qualquer tentativa de acordo para pôr fim à barbárie, pois isso faria os extremistas perderem força.

O discurso do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) é pela destruição do estado de Israel; por seu lado, Netanyahu já iniciou o serviço macabro, porém errando deliberadamente o alvo, pois, em vez de acertar o Hamas, está promovendo uma limpeza étnica contra os palestinos.

Desde a ofensiva israelense 8.525 pessoas foram mortas, entre elas 3.542 menores de idade. Os dados são do Ministério da Saúde em Gaza, e não podem ser verificados de forma independente, da mesma forma que as informações do governo israelense, ao qual os jornais não fazem essa ressalva.

Porém, qualquer que seja o número de mortos, em nada altera o horror do genocídio patrocinado pelo governo de extrema direita de Israel. Crime reconhecido por Craig Mokhiber, diretor do escritório em Nova York do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, ao se aposentar do cargo.

O outro grande beneficiado desta guerra, e de todas, é a indústria bélica, especialmente a americana, que controla 45% da exportação mundial de armas. Segundo recente reportagem do New York Times, depois da guerra na Ucrânia, o conflito na Palestina deu novo impulso à indústria armamentista.

Os gastos militares mundiais no ano passado chegaram a US$ 2,2 trilhões (R$ 11 trilhões), o nível mais alto em dólares, desde o fim da Guerra Fria. (A propósito, fabricantes de armas de assalto, projetadas para uso militar, arrecadaram US$ 1 bilhão na última década nos Estados Unidos. Ou seja, lucram também com a matança interna.)

Quanto a Bibi e ao Hamas, ambos negam a única proposta que poderia propiciar um pouco de paz à região, porém cada vez mais difícil: a solução de dois Estados, com fronteiras seguras para ambos os povos.

 

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