É cediço o adágio segundo o qual 'o hábito faz o monge'. No julgamento recente pelo STF, dos três primeiros acusados dos crimes de atentado à democracia (golpe de Estado), invasão e depredação dos Três Poderes, no dia08 de janeiro de 2023, pelo menos para os ministros André Mendonça e Nunes Marques, ficou demonstrado que A toga não faz o Juiz. Contrariamente, o torna vassalo do seu pretenso "senhor", substituindo o ato de julgar, assente nos fundamentos constitucionais e no melhor Direito (fumus boni Iuris), pela submissão aos interesses subalternos.
Com fulcro no melhor Direito, especialmente na ação de julgar e decidir em favor da tutela dos bens coletivos a que os magistrados em todas as instâncias do seu Poder são instados a fazer, diariamente, também na política, os governantes, nos três níveis do Executivo, são chamados a tomar decisões complexas, com repercussão direta na vida de milhões de pessoas.
Na senda jurídica, Aristóteles preconizou a noção de que o juiz, para decidir adequadamente, necessita da combinação de capacidades intelectuais, e de sólida formação moral para entender as consequências dos seus julgados.
A explicação para o comportamento considerado errático, dos ministros André Mendonça e Nunes Marques, é esteada na literatura que cuida das várias teorias da Psicologia da Justificação da Decisão, bem como da Psicologia Cognitiva Social, quando dispõem vários estudos sobre "cognição dissonante", "conforto cognitivo", "heurísticas", "vieses", dentre outros.
Daniel Kahneman (Israel) Nobel de Ciências Econômicas em 2002 (compartilhado com Vemon L. Smith – EUA), pelo estudo que desenvolveu emEconomia Comportamental, no livroRápido e Devagar, cuidando das "heurísticas" e dos "vieses", também explica os dois sistemas que conduzem e estruturam o pensamento, assinalando a ideia de que um é rápido, intuitivo e emocional, ao passo que o segundo é mais lento, deliberativo e lógico, mediante os quais as pessoas orientam e estabelecem julgamento, e decisão.
Ainda firmado na reflexão de Kanheman, com amparo em suas pesquisas sobre decisão comportamental, comprova-se que, na limitação da racionalidade, pessoas com escassos recursos mentais rejeitam os processos complexos que envolvem uma decisão racional.