Criado em 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem como objetivo avaliar a qualidade do ensino médio no Brasil. Ele serve como um insumo crucial para direcionar políticas públicas, visando à melhoria contínua da educação, desde a básica até o ensino superior. São 25 anos de resultados que descrevem a trajetória dos efeitos dessas políticas associadas às demais que sustentam a educação em nosso país.
Um dos principais desafios enfrentados por um processo avaliativo nacional em um país continental e diversificado como o Brasil é garantir a adesão dos estudantes ao exame. Sem essa adesão, seus resultados não se tornam representativos, impossibilitando seu uso eficaz. As estratégias para a adesão dos estudantes passam por ações de agentes influenciados e formadores desse público que estão nas escolas e nos núcleos familiares.
O aumento na adesão dos estudantes ao Enem iniciado em 2022 e crescente em 2023, revertendo a tendência de queda observada desde 2015, destaca como a perda de relevância desse instrumento de avaliação pode ser prejudicial à educação quando temos um desalinhamento entre as políticas públicas que sustentam a promoção da educação e acesso aos direitos fundamentais previstos na Constituição.
Crescemos 8,6 pontos percentuais no volume de participantes concluintes do ensino médio no Enem 2023 em relação a 2022. Uma pequena vitória que precisa ser reconhecida, ainda que tenhamos uma grande caminhada para alcançarmos de forma consistente a adesão plena dos nossos jovens ao exame. O principal ensinamento que os resultados do Enem deixam evidentes é que o tempo perdido fora dos trilhos na direção de uma educação de qualidade custa muito caro ao país.
A participação ativa da sociedade civil é imprescindível para assegurar o direcionamento e o ímpeto necessários para avançarmos no acesso à educação de qualidade, avaliada por meio de sistemas abrangentes, segmentados e consistentes. E fomentar no jovem a importância do ENEM e da sua participação no exame é uma delas. n