As mulheres ao longo da história (re)vivenciam inúmeras batalhas em busca de igualdade e reconhecimento de seus direitos, desafiando os papeis secundários que lhes foram impostos pela sociedade. Desde os primórdios, foram consideradas menos importantes, rotuladas como frágeis e incapazes de contribuir com o cenário público.
O século XIX testemunhou o surgimento de movimentos sufragistas pelas mulheres britânicas, que travaram uma batalha incansável pelo direito ao voto feminino.
No Brasil, Bertha Lutz e Pagu emergiram como pioneiras na luta pelos direitos das mulheres, incluindo o direito ao voto. Em 1932, após uma intensa mobilização, as brasileiras conquistaram o direito ao voto, embora ainda sujeito a certas restrições.
O papel das mulheres na esfera política é garantir a representatividade e a diversidade nas tomadas de decisão em todas as esferas do governo. Apesar dos avanços alcançados, a participação feminina na política brasileira ainda está aquém do ideal, em comparação com a representação masculina.
Nas eleições de 2020, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), recorda que a participação das mulheres representara apenas 33,6% do total de candidatos. Essa discrepância é maior ao analisar os dados atuais, onde a presença feminina é ainda mais sub-representada.
Essa sub-representação é multifacetada e é alimentada por diversos preconceitos e obstáculos enfrentados pelas mulheres no meio político. Elas frequentemente sofrem discriminação partidária, sendo relegadas a posições secundárias em favor de candidatos masculinos considerados mais "eleitoralmente viáveis".
O Ordenamento Brasileiro reconhece o direito das mulheres à participação política amparado na CRFB/88 e em leis específicas. Embora o Código Eleitoral não aborde diretamente esse direito, dispositivos legais como a Lei nº 9.504/1997, estabelecem normas para as eleições no Brasil, incluindo a reserva de vagas para candidatas mulheres, conforme o percentual mínimo estabelecido pela legislação eleitoral, buscando promover a participação das mulheres na política e mitigar a sub-representação feminina nos cargos eletivos.
No entanto, apesar dos avanços legislativos, a luta das mulheres está longe de terminar. Portanto, é determinante desromantizar a ideia da mulher frágil e construir uma visão de mulher forte, capaz e determinada a conquistar seus direitos e espaço na vida pública.