A transição para uma economia de baixo carbono é urgente, mas os países em desenvolvimento enfrentam grandes desafios. Apesar de as energias renováveis serem uma solução vital para reduzir emissões, dificuldades estruturais, financeiras e políticas dificultam sua implementação.
Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), 940 milhões de pessoas ainda não têm acesso à eletricidade, a maioria em países em desenvolvimento. Embora disponham de recursos naturais como sol, vento e biomassa, a infraestrutura limitada impede a adoção de tecnologias renováveis. Esses países enfrentam o dilema entre impulsionar o crescimento econômico, tradicionalmente baseado em combustíveis fósseis, e reduzir emissões. O Relatório de Emissões Globais revela que eles são responsáveis por 63% das emissões globais de CO2.
O alto custo inicial das infraestruturas é um dos maiores obstáculos. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que são necessários US$ 6,9 trilhões anuais até 2030 para garantir uma transição energética sustentável nesses países. Além disso, a escassez de mão de obra qualificada agrava o problema, pois a instalação e manutenção de sistemas renováveis requerem profissionais especializados.
Instabilidade política e econômica também atrasam a adoção de energias limpas. A corrupção e a falta de governança dificultam a criação de políticas consistentes, desestimulando investimentos estrangeiros. Contudo, superar esses desafios pode reduzir a dependência de combustíveis fósseis e fortalecer economias. A ONU destaca o potencial solar da África e a capacidade de países da América Latina de gerar energia renovável.
Para que a transição seja bem-sucedida, é fundamental o apoio financeiro internacional. O Acordo de Paris estabeleceu a meta de US$ 100 bilhões anuais para apoiar projetos climáticos em países em desenvolvimento, valor que ainda não foi totalmente alcançado. Além disso, é necessário investir em educação e capacitação para formar técnicos e engenheiros qualificados. O fortalecimento das instituições políticas e econômicas é essencial para atrair investimentos.
A cooperação global é crucial para garantir um crescimento sustentável nessas regiões sem comprometer as metas climáticas.