Sou conhecida por sugerir lugares para todos os gostos, bolsos e idades. Graças ao meu filho Pedro, de sete anos, as programações infantis são um dos meus fortes. Juntos batemos perna por museus, eventos, praças e até outras cidades.
Um dos nossos lugares preferidos é o Centro, onde é possível fazer várias paradas numa mesma rota. No último sábado, paramos no Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB). Já entramos empolgados: uma banda animava o ambiente com música boa e energia lá em cima.
Na primeira atividade, porém, fiquei me perguntando onde estavam as outras crianças. Fora o Pedro, só havia mais duas.
Minha vontade era sair pelas ruas chamando todo mundo. As atividades são tão divertidas e interativas que até os adultos despertam sua criança interior e participam também.
Na oficina de pilates kids, por exemplo, o tio Sérgio nos ensinou sobre como as emoções também se manifestam pelo nosso corpo. Achei encantadora a forma com a qual ele estruturou essa atividade, com referências ao filme "Divertidamente", enquanto nos conduzia por nossa consciência corporal. Saímos relaxados — e eu, particularmente, com muita vontade de fazer pilates.
No intervalo, fiquei ouvindo Pedro e sua nova colega, Cecília, conversando sobre amizades, escola, jogos e o aniversário dela (que havia sido no dia anterior) enquanto pintavam. Que troca preciosa.
Na contação de histórias, todas sobre Carnaval, vi Elisabete Pacheco despertar nossa imaginação com uma narrativa envolvente e fascinante. Por fim, a companhia Laguz apresentou o divertidíssimo espetáculo "Cotidiano Nordestino".
Mas não me conformei com tantas cadeiras vazias. Não parava de me perguntar: onde estão as crianças? Por que não estão aqui? Esse lugar deveria estar lotado.
Minha inquietação foi tamanha que resolvi escrever este texto e fazer um pedido: leve sua criança ao CCBNB. Programe-se, faça uma rota pelo Centro lhe apresentando Fortaleza, lhe proporcionando contato com arte, cultura, educação, memória.
Permita que a criança se expresse, brinque, aprenda, ensine. E quando digo isso, não me refiro apenas à criança que segura na sua mão, mas a que mora dentro de você também.