A inédita condenação no STJ de um político local que agredira parlamentares mulheres, precisa ser repercutida por quem preza pela construção social e que ainda acredita que seus filhos e filhas podem sonhar com um Ceará e um Brasil mais desenvolvido para se viver.
Ou melhor, toda condenação por motivo de agressão, patrimonial, física, ou verborrágica que seja, a uma mulher, parlamentar ou não, tem caráter civilizatório porque atua efetivamente na proteção à família, sem discurso fácil, além de agir diante do mais básico direito à integridade de um ser humano.
Porque ratifico como inadmissível as práticas do tipo, votei sim ao longo de minha trajetória e aprovamos na Assembleia Legislativa, o fortalecimento da luta contra essa violência criando a segunda Delegacia de Defesa da Mulher, instituindo a Comissão de Defesa e Direitos da Mulher na casa parlamentar, também campanhas de combate à discriminação salarial de gênero, políticas de incentivo ao empreendedorismo feminino, e várias outras iniciativas que juntas ajudam em uma trajetória constante de não aceitação às agressões.
Porque há mais denúncias ou porque muitos de nós, homens, ainda não entenderam, o fato inaceitável é que os registros ainda aumentam. Por isso, como político, como deputado, apoiei e apoiarei todas as iniciativas que nos façam acreditar em um lugar mais justo.
Procurei aqui não citar o mês de março, período em que essa luta tem contornos midiáticos, por profundo respeito ao tema. Os registros na segurança pública são tão alarmantes que essa mensagem precisa ser dita sempre, em todos os meses do ano até que não sejam meras palavras jogadas ao vento.
Porque creio no Ceará, porque creio na construção regular e paulatina dessa sociedade gerida por uma sucessão de bons gestores, porque creio que possamos corrigir nossos rumos, porque creio na democracia, na justiça e na força das mulheres que reivindicam seus direitos, parabenizo pela vitória jurídica histórica. Espero que um dia esses casos sejam peças incompreensíveis de um museu mórbido que não existe mais.