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Roberto Macêdo: Salvemos a APA de Baturité!
Opinião

Roberto Macêdo: Salvemos a APA de Baturité!

Ficando a autorização e a fiscalização do meio ambiente na responsabilidade dos municípios, é quase certo que haverá mais facilidades para construções sem sistema de esgoto adequado, sem saneamento técnico necessári
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Roberto Macêdo

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Muito tem me preocupado o que está se passando na APA de Baturité, em especial em Guaramiranga e no seu entorno, com relação à ameaça de afrouxamento da proteção ambiental já bem definida em leis federais e estaduais, sob a responsabilidade do Ibama, da Semace, da Sema e do Coema.

A criação de autarquias municipais, como está sendo tentado na serra, pode resultar em impactos ambientais e sociais sem precedentes na região, com a ampliação do desmatamento e de construções em número e tamanho desproporcionais ao que a natureza suporta.

É inadmissível que isso esteja acontecendo em um momento que o Brasil se prepara para sediar, no mês de novembro, em Belém do Pará, um acontecimento mundial sobre mudanças climáticas, a COP 30.

Os cuidados para estancar a devastação do nosso planeta, começam no que está ao nosso alcance, como é o caso de Guaramiranga. Por isso, está sendo formado um grupo de cidadãos, para o qual fui convidado, com a finalidade de agir na reversão dessa tendência de que os municípios assumam os destinos ambientais de seus territórios, onde, nessa questão, os motivos políticos e especulativos falam mais alto do que os interesses de cidadania.

A construção de condomínios e outras grandes obras em terrenos inclinados, mais do que o desmatamento e afrouxamento do solo, durante chuvas fortes, resulta em deslizamentos que podem ter consequências desastrosas e graves como perdas de vidas e de bens materiais.

Ficando a autorização e a fiscalização do meio ambiente na responsabilidade dos municípios, é quase certo que haverá mais facilidades para construções sem sistema de esgoto adequado, sem saneamento técnico necessário, sem um sistema de abastecimento de água nos corretos padrões sanitários, entre outras ocorrências danosas para a natureza e para a sociedade.

Se a sociedade e os órgãos competentes não cuidarem, Guaramiranga poderá ser o primeiro passo indesejado de uma institucionalidade ambiental descontrolada. O mesmo destino poderá vir em consequência para os demais municípios da APA de Baturité e outras serras e áreas verdes mais ou menos conservadas. Este cuidado deve ser de todos!

 

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