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Cristiane Holanda: Papa Francisco fez Páscoa na prática
Opinião

Cristiane Holanda: Papa Francisco fez Páscoa na prática

O Papa Francisco fez uma revolução silenciosa, a partir de sua posição. Nos lembrou que a essência do evangelho é amar ao próximo como a si mesmo. Nos ensinou com a força de quem pratica o que fala
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Cristiane Holanda. Conselheira do Conselho Estadual de Educação (CEE). (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal Cristiane Holanda. Conselheira do Conselho Estadual de Educação (CEE).

O Papa Francisco ressuscitou em mim a fé nas pessoas e que existe esperança em algumas “igrejas”, ou melhor, na espiritualidade cristã.

Francisco fez a passagem na Páscoa. Vejo como um sinal nesse mundo carente de luz e polarizado, com grandes desigualdades sociais.

Ele trouxe verdades que incomodam, como o próprio Jesus; e fortaleceu a igreja da libertação e dos oprimidos.

Mexeu com os grandes e poderosos, auxiliou no empoderamento das mulheres e excluídos, deu voz aos aflitos, fez grandes obras de caridade, deixou um legado de amor e ressuscitou força e fé nos mais vulneráveis.

O Papa Francisco mostrou quem era quem na igreja, clareou os caminhos, pois tem gente boa e bonita e gente ruim em todas religiões. Aliás, assim como dentro de nós.

Nesta pulsão do bem e mal, existe essa dualidade dentro de todos os seres humanos. Temos um desafio em busca de verdade, beleza e bondade.

É preciso enxergar a sombra em nós para encontrar a luz. Ele sacudiu a civilização ocidental com suas palavras e exemplos.

Durante muitos anos, me sentia incomodada com a hipocrisia de muitos cleros e fiéis que passam horas de joelho, mas têm dificuldade de compreender e acolher os diferentes.

Ele fez uma revolução silenciosa. Nos lembrou que a essência do evangelho é amar ao próximo como a si mesmo. Nos ensinou com a força de quem pratica o que fala.

Sua coerência existencial fortaleceu em mim o desejo de ser um ser humano melhor, um instrumento de paz no mundo e para cada uma das pessoas. Ele me lembra Francisco de Assis, amigo das pessoas e dos bichos, amante da natureza humana e universal.

Sua paz, apesar do caos ao seu redor dentro e fora da própria igreja, me fez querer, como ele, cada dia mais transpor a cultura do ódio pela prática da cultura de paz.

Meu querido amigo, assim eu sinto você no meu coração. Você viveu a sua missão e tocou meu coração.
Que seu exemplo possa chegar na consciência e no coração de todos os cristãos. Que o senhor siga na luz de Jesus e que, agora, na Glória de Deus, encontre o repouso dos justos e mansos de coração.

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