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Joaquim Cartaxo: Centralidades urbanas
Opinião

Joaquim Cartaxo: Centralidades urbanas

Os novos espaços formam uma centralidade, enquanto outros perdem relevância, como o centro antigo. O surgimento de novos pontos de encontro decorre dessa dinâmica socioespacial, influenciados pelos fluxos do investimento imobiliário
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Joaquim Cartaxo, arquiteto urbanista e superintendente do Sebrae/CE (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Joaquim Cartaxo, arquiteto urbanista e superintendente do Sebrae/CE

Com o crescimento das cidades, aumentam as distâncias entre o centro e as novas áreas residenciais, que atraem novos empreendimentos, cujas sedes se localizam na região central. Assim, formam-se os subcentros e os centros comerciais, as novas centralidades urbanas.

Nas metrópoles brasileiras, a estruturação dos bairros residenciais expressa as condições de vida e trabalho das pessoas.

Os segmentos sociais de maior poder aquisitivo concentram-se onde estão as melhores oportunidades de emprego, as maiores ofertas de bens e serviços, os equipamentos de cultura e entretenimento.

As camadas populares, a maioria da população, habitam as áreas urbanas onde predominam a precariedade e a carência de moradia, saneamento básico, escolas, saúde e lazer. Essa segregação resulta da transformação seletiva dos espaços das cidades a fim de atender as demandas de cada grupo social.

No contexto da expansão urbana e das novas formas de consumo, o poder aquisitivo das altas camadas sociais atrai novas atividades para as proximidades de onde residem, combinado com outros fatores que oferecem oportunidades à expansão dos negócios.

Parte das atividades comerciais migrou do centro tradicional para os subcentros e outras áreas, sendo substituídas pelo mercado de produtos e bens populares.

Deste modo, novos espaços formam uma centralidade, enquanto outros perdem relevância, como o centro antigo. O surgimento de novos pontos de encontro decorre dessa dinâmica socioespacial, influenciados pelos fluxos do investimento imobiliário.

A consolidação de uma nova centralidade requer o estabelecimento de um mercado com localização e acesso adequados. Se antes irradiava de um ponto central, atualmente se desenha em outras partes da cidade, nas quais empresas e grupos sociais se organizam nesses novos espaços.

Os múltiplos centros favorecem ganho de tempo e comodidades no cotidiano das pessoas, o que também estimula o consumo nestas áreas, incrementando o capital comercial e imobiliário que oportunizam investimentos nessas novas centralidades. Estas dinâmicas socioeconômicas caracterizam as cidades policêntricas. 

 

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