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Adriano Leitinho Campos: Defensoria, interiorizar para incluir
Opinião

Adriano Leitinho Campos: Defensoria, interiorizar para incluir

Promover essa expansão é um dever do Estado e um compromisso que deve ser assumido por todos que acreditam em um futuro mais justo para o povo do Ceará
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Adriano Leitinho Campos. Defensor Público de 2º Grau de Jurisdição e conselheiro eleito (Consup/DPGECE). (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal Adriano Leitinho Campos. Defensor Público de 2º Grau de Jurisdição e conselheiro eleito (Consup/DPGECE).

A Defensoria Pública exerce um papel essencial na construção de uma sociedade mais justa, solidária e democrática. Sua atuação vai muito além da assistência jurídica: é uma ferramenta concreta de transformação social.

No Ceará, onde as desigualdades comprometem o acesso a direitos básicos, a Defensoria Pública tem se destacado por seu compromisso com a população em situação de vulnerabilidade, garantindo que ninguém fique sem voz diante do sistema de justiça.

Mesmo com avanços, os desafios ainda são imensos. Um dos mais urgentes é a interiorização da instituição. Ainda hoje, mais da metade das comarcas do estado não conta com a presença de defensor público, o que revela um cenário preocupante de invisibilidade e exclusão para muitos cearenses.

A Emenda Constitucional nº 80/2014 estabeleceu a presença mínima de um defensor público por unidade jurisdicional no país. No entanto, para que essa meta se torne realidade, é necessário mais do que previsão legal: é preciso vontade política, planejamento institucional e investimentos contínuos.

A simples designação de defensores não é suficiente. É preciso garantir condições dignas de trabalho, sedes adequadas, equipes de apoio e ferramentas modernas que permitam um atendimento eficaz e humanizado.

Fortalecer a Defensoria é fortalecer o cidadão cearense. Uma instituição estruturada e valorizada representa um serviço mais ágil, acessível e resolutivo. A presença efetiva da Defensoria Pública em todo o território cearense é uma exigência da justiça social, da cidadania e da democracia.

Promover essa expansão é um dever do Estado e um compromisso que deve ser assumido por todos que acreditam em um futuro mais justo para o povo do Ceará.

A ampliação da Defensoria também significa reconhecer o trabalho dos defensores e defensoras públicas. São esses profissionais que enfrentam a escassez de recursos, a sobrecarga de demandas e as dificuldades estruturais para garantir o mínimo de dignidade a quem mais precisa.

Investir na Defensoria é investir em pessoas, em direitos e na construção de um Ceará mais igualitário. n

 

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