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Larissa Gaspar: Ainda estamos aqui: por justiça e igualdade feminina
Opinião

Larissa Gaspar: Ainda estamos aqui: por justiça e igualdade feminina

Defendemos a obrigatoriedade de presença feminina nos conselhos administrativos das empresas públicas estaduais, garantindo que as mulheres participem diretamente das decisões estratégicas
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Larissa Gaspar

Articulista

A luta histórica de Eunice Paiva, eternizada pelo filme "Ainda Estou Aqui", é apenas um dos lembretes que o caminho das mulheres sempre foi marcado por resistência e coragem diante de grandes injustiças.
É uma alegria ser a primeira mulher a ocupar a 2ª vice-presidência da Assembleia Legislativa do Ceará em quase dois séculos de existência da casa. A conquista é resultado da luta de tantas que vieram antes de nós. Mas é também um marco agridoce, revelando o quanto ainda precisamos avançar.

Enfrentar o machismo nos espaços de poder é um desafio constante. Por isso, defendemos a obrigatoriedade de presença feminina nos conselhos administrativos das empresas públicas estaduais, garantindo que as mulheres participem diretamente das decisões estratégicas que moldam o nosso Ceará.

A hostilidade, os ataques e o silenciamento são formas de impedir nossa participação e voz na política. Com a Frente Parlamentar de Combate à Violência Política de Gênero, iniciativa pioneira no país e fruto da mobilização de mulheres petistas, alcançamos a primeira condenação por essa prática no Brasil. Esse precedente histórico, fortalece a democracia e garante que nenhuma de nós será impedida de exercer seus direitos políticos por medo ou intimidação.

Por reconhecer e vivenciar essa realidade, propusemos o afastamento remunerado das servidoras estaduais vítimas de violência doméstica e sexual. Estes crimes aprisionam e destroem vidas, limitando sonhos e direitos básicos. Queremos garantir proteção, autonomia financeira e dignidade a quem precisa reconstruir sua vida sem medo.

São ações essenciais para romper ciclos de opressão, mas também é urgente enfrentar o feminicídio — expressão mais devastadora do machismo enraizado em nossa sociedade. Para reagir a essa realidade, nosso mandato apresentou o Pacto Estadual contra o Feminicídio, uma proposta que atua na prevenção, qualifica o acolhimento e assegura suporte integral às vítimas e às famílias afetadas.

E é com essa firmeza que seguimos transformando dor em mobilização e mobilização em ação concreta. Enquanto houver desigualdade, haverá luta — e estaremos na linha de frente.

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