Cálculos indicam que cerca de 60 mil palestinos foram vítimas dos ataques letais do exército israelense, a maioria civis, desde que começou a ofensiva militar na Faixa de Gaza em outubro de 2022. Segundo a Oxfam, dados conservadores mostram que entre os mortos 11 mil são crianças e seis mil são mulheres.
Gaza tem cerca de 2,4 milhões de habitantes, portanto, o número de mortes provocadas pelos ataques ordenados pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu equivale a 2,5% de sua população. Se o mesmo percentual for aplicado à população de Israel, com 9,7 milhões de habitantes, seria equivalente ao extermínio de 242 mil israelenses.
O que acontece diariamente naquele pequeno território (365 km²) só pode ser chamado por estes nomes: crime contra a humanidade, genocídio, limpeza étnica.
O diretor de ajuda humanitária da ONU, Tom Fletcher, expressou à BBC nesta terça-feira, seu temor ao avaliar que 14 mil bebês podem morrer se a ajuda humanitária não chegar a Gaza com urgência.
Cerca de 700 mil crianças vivem em abrigos ou acampamentos, sem água e sem comida suficiente; impedidas de frequentar escolas e sem cuidados médicos, segundo disse à Agência Brasil um porta-voz do Unicef, Jonathan Crickx.
O novo ataque criminoso sobre Gaza, desfechado neste mês, provocou reação da União Europeia e da Inglaterra, aliados históricos do país hebreu. O Reino Unido suspendeu negociações sobre um novo tratado de livre comércio e a União Europeia vai revisar seus acordos comerciais. Mas a resposta veio tarde, pois encontra a Faixa de Gaza em escombros, em um cenário pós-apocalíptico.
A política de morte do governo israelense também sofre oposição dentro do país. O jornal Haaretz publicou na edição 21/5 declarações contundentes de Yair Golan, antigo vice-chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, atualmente líder do partido Democratas.
Golan declarou que seu país “está a caminho de se tornar um Estado pária, como a África do Sul” no período do apartheid, e que “um país são não mata bebês como passatempo”.